Elementos do Corpo de Intervenção da PSP manifestaram-se esta quarta-feira descontentes com o excesso de horas de trabalho sem remuneração e com o baixo valor das ajudas de custo quando se deslocam em serviço, disse à Lusa fonte daquela unidade.

A mesma fonte adiantou que este descontentamento foi expresso durante uma reunião que cerca de 60 elementos do Corpo de Intervenção (CI) de Lisboa mantiveram esta quarta-feira com o comandante da unidade.

Após a reunião, os polícias vestiram camisolas pretas e protestaram à porta das instalações do Corpo de Intervenção, na Ajuda, em Lisboa.

A fonte afirmou ainda que os elementos do CI de Lisboa ponderam realizar outras ações de protesto, nomeadamente junto às instalações da Unidade Especial de Polícia (UEP), em Belas, no concelho de Sintra, onde está integrado o Corpo de Intervenção, tendo em conta que o comandante não resolve a situação.

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Os elementos do CI queixam-se do excesso de horas de trabalho sem receberem qualquer remuneração, a falta de efetivos e o baixo valor das ajudas de custo, que rondam os 40 euros.

O aumento da indignação surgiu após os polícias terem prestado serviço na Liga das Nações de futebol, que decorreu entre 5 e 9 de junho no Porto e em Guimarães, e terem trabalhado, segundo alegam, 86 horas de serviço durante uma semana sem qualquer contrapartida.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) explicou à agência Lusa que esta indignação é transversal a todos os elementos do Corpo de Intervenção do país.

Paulo Rodrigues, também elemento do CI do Porto, afirmou que o sindicato tem alertado várias vezes a Direção Nacional da PSP para esta situação, nomeadamente para o facto de a maioria dos agentes que fazem policiamento nos jogos de futebol receberem uma remuneração e os elementos da UEP não receberem qualquer contrapartida.

O Corpo de Intervenção da Polícia de Segurança Pública é composto por cerca de 300 elementos em Lisboa, 90 no Porto e 40 em Faro.