O cenário era muito parecido e assim vai continuar: depois de, na temporada passada, já ter estado em desvantagem na final do Campeonato de futsal frente ao Benfica por 2-1, o Sporting voltou a conseguir levar todas as decisões para a “negra”, vencendo esta quinta-feira por 5-3 no prolongamento no Pavilhão João Rocha e adiando o título para uma “finalíssima” no domingo na Luz, depois de ter levado o jogo para período extra a pouco mais de 30 segundos do final do tempo regulamentar.

Benfica derrota Sporting na Luz com Robinho em destaque e fica à beira do título

Partindo com a obrigatoriedade de ganhar para manter as esperanças de discutir um inédito tetra no futsal português, a equipa verde e branca começou melhor, teve uma primeira bola na trave por Rocha na sequência de um lance de estratégia e inaugurou o marcador por Leo, num remate de meia distância sem hipóteses para Roncaglio (7′). Ansioso e com dificuldades no ataque organizado, o Benfica pediu um desconto de tempo, viu Varela falhar o 2-0 por pouco mas conseguiu chegar ao empate no primeiro lance contestado pelos leões nesse período: Cary carregou Fernandinho na área, viu o vermelho direto mas antes teria havido uma falta no bloqueio que inviabilizaria tudo o resto. André Coelho, de penálti, não perdoou (10′).

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Com as equipas carregadas de faltas bem cedo, Merlim, num lance individual daqueles que fazem o italo-brasileiro um dos melhores jogadores do Campeonato português nos últimos anos, jogou 1×1, fintou para dentro e rematou forte para o 2-1 a sete minutos do intervalo. Depois, muitos protestos dos dois lados e um herói improvável: os leões ficaram a contestar uma mão de Roncaglio e a quinta falta de Pany Varela sobre Fernandinho (assinalada pelo árbitro que estaria em pior posição no lance), as águias reclamaram dois lances que originaram livre diretos por faltas de André Coelho e Miguel Ângelo (a última marcada de novo pelo árbitro que estaria em pior posição no lance). Brilhou então André Correia, guardião de 21 anos formado no clube que entrou para travar as tentativas de Leo (16′) e Merlim (18′ e 18′, na última num livre sem barreira após mão).

Na segunda parte, a história do jogo mudou. Ou melhor, teve dois momentos onde o primeiro quase não existiu. Chaguinha, num desvio oportuno na área já depois de um livre perigoso desperdiçado, empatou aos 24′ antes de uma fase de largos minutos com vários passes falhados, poucos remates (sem perigo) e demasiada ansiedade em resolver que tirava discernimento às duas formações, apesar das trocas constantes que iam sendo promovidas. Depois, o Benfica foi mais pragmático no meio-campo contrário, 0brigou Guitta a algumas intervenções complicadas e passou mesmo para a frente, com um desvio oportuno de Fábio Cecílio ao segundo poste a menos de dois minutos do final que colocava a equipa muito perto do título.

No seguimento do 3-2, o encontro ficou vários minutos interrompido, primeiro por ter sido aberta uma tocha na zona dos adeptos encarnados, depois porque a bancada onde se concentram as claques verde e brancas puxou a rede atrás da baliza. A polícia teve de entrar em campo, ocupando com cerca de uma dezena de efetivos de cada lado posições nos dois topos do recinto, o jogo foi retomado e, com o título na mão do rival, o Sporting ainda conseguiu resgatar o encontro no tempo regulamentar quando, a pouco mais de 30 segundos do final dos 40 minutos, Rocha marcou de pé esquerdo e voltou a empatar o dérbi.

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No prolongamento, um lance entre André Coelho e Merlim de novo muito contestado pelos visitantes acabou por fazer toda a diferença: na sequência de mais um livre direto (também na segunda parte o Benfica ficou tapado por faltas), André Correia ainda defendeu a tentativa de Rocha mas, na recarga, o brasileiro não deu hipóteses e fez mesmo o 4-3 (42′). A bola foi ao centro do terreno, os encarnados começaram a esboçar a primeira tentativa de ataque com Roncaglio subido, Pany Varela ficou com uma bola prensada na defesa leonina e aumentou para 5-3 ainda dentro do mesmo minuto, invertendo de vez o sentido da partida. Na segunda parte do prolongamento, já com Bruno Coelho como guarda-redes avançado em 5×4 assumido, o Benfica conseguiu então criar algumas oportunidades para reduzir com Guitta a encher a baliza e ainda seria do Sporting a melhor chance nesse período, em mais um livre direto travado por André Correia, que teve um jogo de sonho apesar da derrota.

Depois de terem começado a final com um triunfo na Luz após prolongamento por 5-4, os comandados de Nuno Dias foram surpreendidos em casa pelos encarnados no jogo seguinte (6-3), perderam também no terreno do rival o jogo 3 (4-3) e levaram agora a discussão para a “negra” após o triunfo no Pavilhão João Rocha (5-3). Agora, a grande decisão será disputada no domingo, a partir das 14h20, naquela que se espera que seja mais uma tarde em cheio para o futsal português.