A Associação Coleção Berardo, presidida por Joe Berardo, recusou dar a documentação pedida pela comissão de inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos sobre as atas das assembleias gerais e lista de associados. A informação tinha sido pedido por iniciativa do CDS depois da audição Joe Berardo onde este admitiu que promoveu alterações dos estatutos desta associação para salvaguardar os seus interesses, retirando poder aos bancos.

Caixa, BCP e Novo Banco têm o penhor sobre os títulos desta associação, que é dona da coleção de arte moderna, como garantia pelos empréstimos de quase mil milhões de euros, mas apesar do incumprimento da dívida desde 2010, não conseguiram levar a execução avante ainda.

CDS pede listas de associados e atas da dona da coleção Berardo

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No entanto, e em resposta agora remetida, a Associação diz que não pode contribuir em nada para o inquérito em causa. E argumenta que o pedido “extravasa o objeto legamente fixado para esta comissão parlamentar de inquérito”, sublinhando que esta associação “não é, nem nunca foi cliente da Caixa, nem ainda existiu ou existe qualquer concessão de crédito da CGD à Associação Coleção Berardo”.

Estes argumentos são contrariados num requerimento do CDS em que se lembra que a Associação Coleção Berardo é uma das parte do acordo tripartido para a renegociação da dívida á banca em 2010 e pelo qual a Caixa ficou com o penhor de 40% dos títulos desta entidade, sem no entanto, ter conseguido exercer os direitos económicos e sociais equivalentes a esse penhor. Era para perceber as razões dessa incapacidade que o CDS e depois toda a comissão de inquérito pediram os documentos sobre a ACB. O pedido volta a ser feito pelos deputados centristas que concluem ser “óbvia a relação desta associação com os créditos da CGD, que alias o Sr. José Berardo confirmou em audição.

Berardo mudou estatutos da dona da coleção de arte para reduzir poder de bancos credores