Docentes de dez países e três continentes diferentes encontram-se no sábado, em Londres, para trocar conhecimentos e experiências, na primeira conferência da Tropo, a Associação de Professores e Investigadores de Língua Portuguesa no Reino Unido.

A conferência pretende funcionar como um fórum para investigadores e professores apresentarem e discutirem trabalhos em linguística e aquisição de linguagem, estudos literários e culturais, metodologias de aprendizagem e ensino e as possíveis aplicações à sala de aula.

No programa está prevista a presença de académicos que de Itália, Brasil, Portugal, Hungria, Reino Unido, Japão, China, Dinamarca, Noruega e França, tendo como convidada especial a escritora e jornalista Alexandra Lucas Coelho, autora do livro “Deus-dará”.

A secretária-geral da Tropo, Ana Reimão, disse à agência Lusa ser importante criar uma ponte entre todos os níveis de ensino da língua portuguesa, desde o superior e secundário, às escolas comunitárias, organizadas muitas vezes de forma informal por pais dos alunos.

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“Os académicos com formação na área pedagógica vão partilhar a sua investigação e queremos dar oportunidade aos professores para partilharem as suas experiências, para podermos aprender com boas práticas e exemplos”, explicou.

Embora, em geral, a procura de cursos superiores em línguas estrangeiras esteja em queda no Reino Unido, o número de estudantes de português mais do que duplicou, de 600 em 2016 para cerca de 1.400 atualmente, segundo números do Instituto Camões.

Ao contrário do ensino básico e secundário, onde a maioria dos 3.500 alunos são lusodescendentes, os estudantes universitários são britânicos ou de outra nacionalidade sem ser portuguesa e aprendem o português como língua estrangeira, associada a cursos de gestão, política e história.

O fim da obrigatoriedade, em 2004, do ensino das línguas estrangeiras modernas a partir dos 14 anos no sistema britânico teve como consequência uma redução do número de estudantes que procuram cursos superiores de línguas.

Mesmo assim, Ana Reimão, que é professora na universidade de Liverpool, no norte de Inglaterra, confirmou que “o português tem-se aguentado e mantido estável num contexto em que as línguas modernas europeias, como o alemão, francês e italiano, estão em declínio e o espanhol a única em ascensão”.