O processo arrasta-se há 11 anos — conta o Expresso —, envolvendo 16 prédios e terrenos avaliados em cerca de 5 milhões de euros. A freira Maria Madalena de Jesus reclama património que a Pia União das Escravas do Divino Coração de Jesus juntou desde 1959.

A religiosa alega que a organização foi fundada por inicia­tiva própria, sendo, por isso, uma entidade privada. A diocese de Fátima contesta, garantindo que a Pia União é uma associação pública de fiéis e, como tal, que o património em seu nome deve ter “fins religio­sos”.

A Pia União — que se dedicou sobretudo ao ensino pré-escolar e a alojar jovens açorianas que iam estudar para o continente — cresceu através de negócios imobiliários e das heranças que recebiam, conta ainda o semanário.

Em 2008, um tribunal de Santarém chegou a dar razão à Pia União relativamente a uma das casas — em Coimbra —, mas, como resposta, o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, nomeou dois comissários para dirigir a organização, afastou a superiora Maria Madalena de todos os assuntos “não religiosos” e tentou travar em tribunal a constituição da fundação que tinha sido criada para receber o património. A fundação é gerida pelo sobrinho de Maria Madalena.

Passados 11 anos, o conflito jurídico arrasta-se. Quando teve início, Maria Madalena tinha a companhia de outras três freiras, mas hoje, aos 89 anos, é a única sobrevivente.

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