Marcelo Rebelo de Sousa condecorou esta quarta-feira o economista italiano Mario Draghi com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, em reconhecimento pelo seu “excelente” mandato como presidente do Banco Central Europeu (BCE).

O seu papel foi central para ultrapassar a crise e para criar condições para uma economia europeia mais forte. O seu desempenho como presidente do BCE foi excelente. Portanto, é um grande prazer e uma honra dar-lhe esta distinção”, afirmou o Presidente da República, na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, a atribuição do Grande-Colar da do Infante D. Henrique – habitualmente atribuído a chefes de Estado – a Mario Draghi traduz o reconhecimento de Portugal pelo seu mandato à frente do BCE, iniciado em 2011 e que agora termina, “e por tudo o que fez pela Europa e pela zona euro e, acima de tudo, pelos europeus”. “E pelo mundo, porque qualquer pessoa que saiba história compreende por que é que a Europa é tão importante para o equilíbrio de poderes no mundo”, acrescentou o chefe de Estado.

Assistiram a esta cerimónia o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, os ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e das Finanças, Mário Centeno, e os governadores do Banco de Portugal, Carlos Costa, e dos bancos centrais de outros países europeus, como a Bélgica, o Chipre e a Grécia.

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Numa intervenção em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Mario Draghi assumiu a presidência do BCE durante “um período de profunda adversidade económica e financeira para a Europa, que atravessava o pico da crise das dívidas soberanas”. “A resposta do BCE em defesa da estabilidade financeira da Europa, assim como da moeda única, deu um contributo significativo para ultrapassar estas dificuldades com sucesso”, elogiou.

De acordo com o Presidente da República, foram, acima de tudo a “crença no projeto europeu” e a “coragem política” de Mario Draghi que tornaram possível “implementar medidas tão importantes cujo sucesso é visível e amplamente reconhecido”.

“O desempenho das políticas monetárias que foi implementado pelo BCE dinamizou as economias europeias, não apenas aquelas da moeda única, mas também toda a União Europeia”, acrescentou, defendendo que, “apesar das dificuldades enfrentadas por alguns países durante a crise económica e financeira”, foi possível salvaguardar “a confiança na moeda única”.

Marcelo Rebelo de Sousa recordou que convidou o presidente do BCE em 2016 para uma reunião do Conselho de Estado, o seu órgão político de consulta.

Em relação ao futuro, defendeu que “a UE deve continuar a trabalhar para reforçar a coesão económica e social, para reforçar a integração e, ao mesmo tempo, as instituições europeias”.

O Grande-Colar do Infante D. Henrique é o mais alto grau desta ordem honorífica e é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros, podendo ainda ser atribuído a antigos chefes de Estado e “a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção”.