O escritor e argumentista Nuno Artur Silva e o desenhador António Jorge Gonçalves estreiam em novembro, em Lisboa, “Onde é que eu ia?…”, “uma continuação” do espetáculo que fizeram em 2014, mas que é ao mesmo tempo “completamente diferente”.

“É uma continuação do outro, no sentido em que o outro estava a começar uma digressão que foi interrompida. E é completamente diferente no sentido em que tem mais de metade do material completamente novo, sobretudo fruto do que foram os últimos anos e do que eu tenho andado a pensar e o que me tem acontecido”, explicou Nuno Artur Silva, em declarações à agência Lusa.

Em 2014, o escritor e argumentista estreou, no Famous Humor Fest, em Lisboa, “Nuno Artur Silva. A sério?”, espetáculo no qual fazia “uma espécie de solo, mas acompanhado pelo António Jorge Gonçalves e pelos Dead Combo ao vivo”.

O espetáculo teve depois, em 2015, apresentações no Teatro Municipal São Luiz, também em Lisboa.

Pouco depois, Nuno Artur Silva foi nomeado para o conselho de administração da RTP, onde se manteve durante três anos, e “Nuno Artur Silva. A sério?” acabou por ficar pelo caminho.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O espetáculo regressa agora, com outro nome, material novo, “uma banda sonora gravada de propósito” e António Jorge Gonçalves, que fará desenho em tempo real.

Tal como no espetáculo anterior, o desenhador terá “umas bases”. “É como se ele fosse desenhando em contraponto com o que eu vou dizendo. Tudo isto também qualquer coisa de uma espécie de conferência, em que há um diálogo entre o que eu vou dizendo e o que ele vai desenhando”, referiu.

“Onde é que eu ia?…”, de acordo com Nuno Artur Silva, “mantém a premissa de ser um solo acompanhado, um bocadinho como é a vida, que é sempre um solo acompanhado”.

“E é uma série de observações e o registo será um quase ‘stand up comedy’, em que eu, a partir das notas que fui tomando nos últimos anos, vou dissertando sobre várias coisas, que tem que ver com a minha vida e as experiências que eu tive, sobretudo neste último período, de ter passado de criador, ‘freelancer’, para gestor de uma empresa pública e tudo o que isso trouxe, todas as histórias e os pensamentos que isso traz também”, partilhou.

“Onde é que eu ia?…” é também “uma espécie de discurso do 10 de junho”. “Mas é mais sobre mim, ou seja, a pessoa a quem eu pergunto ‘deem-me qualquer coisa em que acreditar’ é a mim próprio, e depois dou várias hipóteses, todas inacreditáveis”, disse.

Nuno Artur Silva sempre teve por hábito “ir anotando coisas” e este espetáculo “parte muito deste bloco de notas”.

“Notas variadas sobre pensamentos, a vida, o que nos acontece. Agora que voltei a ter uma vida mais calma, voltei a ter tempo para estar com os meus filhos e também observei muito o comportamento dos miúdos. E posso dizer também como a Madonna: ‘da experiência de Lisboa também recolhi muita coisa’, ouvi muita música portuguesa, muito fado, muita morna, muitas batukeiras e isso também se vai refletir no novo trabalho”, contou.

“Onde é que eu ia?…” é apresentado a 08 e 09 de novembro, no Capitólio, em Lisboa.