A BMW sempre se caracterizou por oferecer veículos eficazes e divertidos de conduzir, idealmente com tracção traseira para maximizar o gozo ao volante. Isto até aparecer o Série 2 Active Tourer, o monovolume concebido para concorrer com o Classe B da Mercedes e para diluir os custos da plataforma que a Mini necessitava para produzir o Countryman. Curiosamente, agora que a BMW decidiu alargar a tracção à frente ao novo Série 1, para o dotar com mais espaço interior ao montar a mecânica transversalmente e dispensar o túnel e o veio da transmissão, é neste momento que o Série 2 Active Tourer, com um arranjo mecânico similar, é abandonado.

Numa entrevista à Autocar, Peter Henrich, vice-presidente de produto na BMW, confirmou a morte dos monovolumes Série 2 Active Tourer, na versão de cinco e sete lugares, dado “não se encontrarem no centro do que hoje representa a marca”. Não deixa de ser curioso que este MPV da Série 2 tenha sido pensado numa fase em que o Classe B era um dos veículos mais vendidos na Alemanha, mas também ele acabaria por sucumbir à moda dos SUV. Só que enquanto a Mercedes insiste no pequeno monovolume, a rival BMW desiste do seu.

Henrich acredita que a marca não vai perder vendas com o desaparecimento do Active Tourer, pois a BMW irá fazer um esforço para aliciar os seus clientes com a cada vez mais extensa gama de SUV. Esta operação será facilitada pela existência do X1, que recorre à mesma plataforma. Mas no nosso país, onde o Série 2 Active Tourer sempre foi o MPV mais vendido, este desaparecimento anunciado poderá ser mais difícil de ultrapassar.

No mercado europeu, o Série 2 Active Tourer comercializou 68.000 unidades em 2018, depois de ter ultrapassado as 100.000 em 2016, uma redução importante mas, ainda assim, ficando longe do estatuto do BMW com menos procura. Porém, o fabricante alemão deverá possuir projecções que apontam para o continuar desta queda acentuada, razão pela qual a decisão da ruptura foi tomada.

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