Os procuradores do Lava Jato no Paraná tiveram de desativar as contas no Telegram, a aplicação que o ministro Sérgio Moro terá usado para enviar mensagens a magistrados ligados à investigação, depois de estas terem sido alvo de “ataques criminosos”, incluindo do “sequestro de identidade virtual”,  informou esta quarta-feira a equipa de investigação do Ministério Público Federal daquele estado, que está a trabalhar no caso.

Os ataques começaram em abril e foram imediatamente comunicados à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal em Curitiba, “que, uma vez que não prejudicaria as linhas investigatórias em curso, orientou a troca dos aparelhos e dos números de contacto funcionais dos procuradores”, é explicado no comunicado assinado pela assessoria de comunicação do Ministério Público Federal no Paraná.

O esclarecimento surge depois de Sérgio Moro ter estado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado brasileiro para prestar esclarecimentos sobre as mensagens alegadamente enviadas a procuradores do Lava Jato quando era juiz em Curitiba, divulgadas pelo site noticioso The Intercept Brasil.

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Durante a sessão desta quarta-feira, que durou perto de nove horas, o ministro da Justiça não admitiu mas também não negou ter discutido questões relacionadas com a operação com os magistrados, afirmando ter sido alvo de uma campanha sensacionalista que teve por objetivo “constranger o Supremo Tribunal Federal”.

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