A igreja portuguesa criou uma plataforma ‘online’ que vai disponibilizar ao público em geral, a partir de terça-feira, o inventário dos bens culturais religiosos existentes em várias dioceses.

Este projeto do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja será apresentado, na terça-feira, no II Seminário Thesaurus, num encontro que vai abordar exemplos concretos de património resgatado, descoberto ou valorizado no âmbito dos trabalhos de inventário, desenvolvido por várias instituições eclesiais.

Em declarações à agência Lusa, a diretora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (da Conferência Episcopal Portuguesa), Sandra Costa Saldanha, explicou que a plataforma permitirá a disponibilização ‘online’ ao público em geral dos registos de inventário dos bens culturais da igreja.

No arranque da iniciativa estará disponível o registo de 20 mil bens culturais, desde pintura, escultura, ourivesaria ou paramentaria, ou seja obras do património móvel da igreja.

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Este é um número que deverá aumentar à medida que a informação for sendo colocada na plataforma com atualização dinâmica. “Diria mesmo que o inventário não tem fim. Nunca acaba. Há sempre necessidade de atualizações”, disse.

“Todas as dioceses têm um serviço vocacionado para estas matérias dos bens culturais da igreja. São estes serviços, nuns casos departamentos de bens culturais e noutros comissões de arte sacra, que asseguram o inventário”, disse adiantando que até ao momento os trabalhos de inventário eram feitos de uma forma não concertada sem uniformização de procedimentos.

O projeto Thesaurus do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, foi criado com o objetivo, entre outros, de propor métodos e desenvolver inventários de forma organizada.

Na sequência deste trabalho foi desenvolvido um método comum a todos as instituições da igreja, publicado um manual de procedimentos de inventario dos bens e agora a sua disponibilização ao público em geral.

É um património de enorme dimensão, frisou Sandra Costa Saldanha. “Portugal tem 20 dioceses, cada uma tem 200 a 300 paroquias. Se a isso multiplicarmos que cada paróquia tenha dois a três lugares de culto, se a cada lugar de culto multiplicarmos os milhares de objetos que existem no seu interior temos noção da dimensão”, disse.