As recomendações publicadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, no portal das comunidades portuguesas, para os portugueses que pretendam deslocar-se até à República Dominicana foram atualizadas. De acordo com o Governo, apesar de não ser “ainda completamente claro o motivo dos óbitos” de vários cidadãos norte-americanos nos últimos meses naquele país, é admitida a hipótese de estarem relacionados com “o consumo de bebidas alcoólicas contrafeitas”.

O Governo “sugere” aos portugueses que “mantenham as precauções nomeadamente no que fiz respeito ao consumo de bebidas” e aproveita para recordar que a água da rede pública no país “não é viável para consumo humano”. Este alerta em particular foi divulgado no dia 18 de junho quando começaram a ganhar força as notícias sobre mortes não totalmente explicadas de vários turistas naquele país.

De acordo com os dados do Banco Central da República Dominicana, em 2018, chegaram ao país por via aérea quase 43 mil portugueses entre janeiro e dezembro, sendo agosto o mês mais procurado, com mais de sete mil turistas portugueses só nesse mês.

Segundo a CNN, nos últimos 13 meses morreram na República Dominicana pelo menos nove americanos que estavam de férias no país.

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Leyla Cox, de 53 anos morreu no dia 10 de junho no quarto do hotel Excellence Punta Cana e, de acordo com a informação prestada pela unidade hoteleira, a causa da morte foi um ataque cardíaco.

No hotel Grand Bahia Principe in La Romana perderam a vida três pessoas. Miranda Schaup-Werner, de 41 anos, natural da Pensilvânia e um casal do Maryland ele de 63 anos e ela de 49. Apesar das análises toxicológicas aos três corpos ainda não terem sido divulgadas, a autópsia a Miranda Schaup-Werner revelou que a mulher foi vítima de um ataque cardíaco, edema pulmonar e insuficiência respiratória. Segundo as autoridades dominicanas, Nathaniel Holmes e Cynthia Day, o casal de Maryland que foi encontrado morto a 30 de maio no quarto do hotel foi vítima de uma hemorragia interna. As autópsias revelaram também que Nathaniel tinha o coração aumentado e uma cirrose —compatíveis com doenças anteriores, além de líquido no cérebro e pulmões. Cynthia tinha também sinais de líquido acumulado nos pulmões e cérebro tal como o companheiro.

A morte de John Corcoran foi confirmada, no final de abril, pela irmã que “acredita que tenha morrido de causas naturais”, não tendo sido revelada mais nenhuma informação sobre o americano que visitava com frequência o país nas Caraíbas.

Segundo as informações dadas por um familiar, Robert Wallace, de 67 anos, morreu depois de beber um uísque no mini-bar no quarto do Hard Rock Hotel & Casino. O genro de Robert afirma que o homem ficou “indisposto” depois de beber o uísque e veio a falecer algum tempo depois.

No mesmo hotel, em julho de 2018 morreu David Harrison, de 45 anos. O americano morreu depois de uma atividade de snorkeling. Segundo a viúva, que o acompanhava na viagem, na manhã seguinte ao mergulho o homem estava a “transpirar e sem conseguir levantar-se”. O óbito de David ficou registado pelas autoridades dominicanas como tendo resultado de um “edema pulmonar e ataque cardíaco”.

Em junho de 2018, Yvette Monique Sport, também natural da Pensilvânia, perdeu a vida no Bahia Principe Hotel depois de consumir algumas bebidas do mini-bar do quarto com o noivo. A família ainda aguarda os resultados do exame toxicológico.

No twitter há já vários utilizadores a alertar para as mortes, que podem não passar de coincidências, mas que já levaram o governo americano a enviar para a República Dominicana uma equipa do FBI para ajudar nas investigações.

Os investigadores do FBI estão a recolher amostras dos mini-bar onde ocorreram as mortes, nomeadamente no que diz respeito à morte de Joseph Allen, que foi encontrado morto no quarto do hotel Bahia Principe a 13 de junho “sem sinais de violência”. A autópsia preliminar revela que o homem terá sofrido um “ataque cardíaco”, mas a família não aceita a resposta e insistiu que fossem investigadas outras hipóteses.

Adriano Espaillat, o primeiro dominicano a chegar ao congresso norte-americano anunciou já que a 1 de julho irá rumar o seu país de origem para discutir os vários casos de mortes de americanos nos últimos meses, mas aproveitou para recordar também que só no último ano “mais de 3,2 milhões de americanos visitaram” a República Dominicana. ”

“Vou fazer esta viagem para garantir pessoalmente que a segurança de todos os americanos que visitam a República Dominicana continua a ser uma prioridade”, acrescentou o congressista.