A passagem de Neymar pelo PSG ficará nos livros da história do futebol como uma das mais atípicas de que há memória. O jogador brasileiro mudou-se para França e para Paris durante o verão de 2017, quatro anos depois de ter chegado a Barcelona, e os rumores de que a saída está próxima, de que não está feliz no clube francês, de que quer voltar a Espanha, são recorrentes desde o primeiro dia. Mesmo tendo engrossado o palmarés com duas ligas francesas, uma Taça da Liga e uma Taça de França, a verdade é que Neymar desapareceu do mais alto panorama desportivo — ainda que nunca do mediático — e está longe das grandes decisões europeias desde que saiu da Catalunha. Tudo isto, aliado à ideia certa de que Messi lidera o contingente do plantel catalão que quer o regresso do brasileiro, motiva manchetes, notícias e páginas inteiras sobre o futuro de Neymar.

Depois da birra do último verão, quando viajou até ao Brasil para ser operado a uma fratura no quinto metatarso do pé direito e obrigou o presidente do PSG a deslocar-se à mansão de Mangaratiba para o convencer a regressar a Paris, Neymar parece estar novamente decidido a deixar França e voltar ao Barcelona. O avançado brasileiro, que até vive um período algo conturbado a nível pessoal e profissional — falhou a Copa América por lesão e foi acusado de violação –, está disposto a receber menos por mês se isso significar um regresso à Catalunha e à companhia de Messi e Suárez e está a facilitar a negociação entre os dois clubes, que se afigura desde já muito complicada.

Neymar mostra cada vez mais que quer sair do PSG. O presidente foi ao Brasil para o convencer a ficar

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De acordo com o diário Sport, que esta terça-feira faz capa com o assunto, Neymar já terá mesmo chegado a um princípio de acordo com o Barcelona e aceitou assinar contrato por cinco anos, até 2024, altura em que já terá 32 anos. Segundo o mesmo jornal, o brasileiro não impôs quaisquer condições ao clube espanhol e aceitou reduzir o salário de forma substancial: no PSG, Neymar recebe mais de 36 milhões de euros por época; no Barcelona, como conta o Sport, não irá ganhar mais do que 24 milhões por temporada, mais ou menos o mesmo que auferia na altura em que saiu.

A imprensa espanhola indica ainda que Neymar terá tido várias opções para o futuro mas colocou sempre o regresso ao Barcelona enquanto prioridade. Na semana passada, o Mundo Deportivo avançava com uma possível proposta que estava a ser preparada pelo Real Madrid e que incluía 130 milhões de euros mais o passe de James Rodríguez ou Gareth Bale. O mesmo jornal explicava que Zidane dava mais importância a uma peça para o meio-campo, como os preferidos Pogba ou Eriksen, mas que Florentino Pérez considerava fulcral a contratação do brasileiro para rivalizar com Ronaldo e Messi a nível de venda de camisolas e ações publicitárias (e cobrir o rombo de 300 milhões já investidos em reforços para a próxima temporada, com Rodrygo, Éder Militão, Hazard, Mendy e Jovic). As garantias financeiras oferecidas pelo Real Madrid eram superiores e rondavam os 30 milhões líquidos por temporada para Neymar para o avançado terá privilegiado o regresso ao Barcelona ao invés das condições salariais.

Neymar de saída do PSG, entre uma loucura do Real e o regresso ao Barcelona (com Griezmann a perder)

Ainda assim, o Sport explica que terá sido mesmo o Barcelona a impôr uma condição a Neymar para que a transferência se concretize. O clube catalão quer que Neymar Sr., o pai do jogador brasileiro, retire o processo que tem a decorrer em tribunal contra o Barça: em 2017, quando o avançado foi para o PSG, Neymar Sr. processou o clube por não ter recebido a comissão de 26 milhões de euros relativa à renovação que o jogador assinou pouco antes de rumar a Paris. O Barcelona considera o fim da disputa judicial um ponto crucial para o acordo e Neymar já terá dito que o processo não será um obstáculo.

No meio de tudo isto, a Marca recorda que o PSG não vai facilitar a saída de Neymar — principalmente para o Barcelona — e deve colocar o valor mínimo nos 200 milhões de euros. A quantia avultada, que tornaria o brasileiro o responsável pelas duas transferências mais caras de sempre, só estará disponível nos cofres catalães caso se concretize uma venda substancial. Philippe Coutinho, que deixou muito a desejar na temporada que agora terminou em Camp Nou, é o grande favorito a sair e financiar indiretamente o regresso de Neymar ao Barcelona.