A Divisão da PSP de Loures andou a investigar várias queixas de roubo e furto de telemóveis e acabou por concluir que em cinco dos casos os crimes nunca tinham acontecido. Os queixosos, que acabaram por ser constituídos arguidos por terem simulado um crime, dirigiram-se à polícia para descrever um crime que nunca aconteceu e, assim, poderem ser ressarcidos junto das seguradoras do valor dos telemóveis.

Segundo o comunicado da PSP, “todas as denúncias versaram sobre alegados cenários de roubo de telemóveis, bens esses segurados e de valor bastante elevado”, por vezes acima dos 1000 euros. As supostas vítimas foram mais tarde contactadas por elementos “com especialização no tratamento e decomposição inicial das denúncias” e perceberam que havia “fragilidades, insipiências e contradições várias”, no seus testemunhos.

Em todos os casos, ocorridos na zona de Loures e de Odivelas e em que a policia percebeu tratar-se de um “embuste”, avisou as respetivas seguradoras. Os autores dos crimes fictícios foram constituídos arguidos. Um deles é responsável por duas queixas distintas de roubo de telemóvel. Quando confrontado, acabou por admitir que nos dois casos perdeu o telefone.

A falsa denúncia não ocorre apenas neste tipo de crimes. A PSP lembra que no último ano e meio registou 70 casos de simulação de crimes violentos, 9% dos crimes graves registados no concelho de Odivelas e em Loures. Além destes resultados distorcerem as estatísticas, “potenciam um balanceamento erróneo do dispositivo policial”, alerta a polícia. E enquanto a polícia está empenhada em investigar crimes falsos, não pode investigar os verdadeiros e não está disponível para outro serviço policial.

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“Estes comportamentos colocam assim em causa a segurança de toda uma comunidade, a qual a PSP se esforça diariamente por a garantir”, avisa.

No amor e no dinheiro vale tudo. Até inventar crimes falsos