O Passat, a mais conceituada e vendida das berlinas do segmento D do mercado europeu, entre as marcas generalistas, revelou a sua mais recente versão. Usufruindo de algumas melhorias na estética, tanto no exterior como no interior, este modelo familiar da Volkswagen vai iniciar a comercialização entre nós em Setembro, prometendo uma série de novidade a nível do equipamento de segurança, de ajudas à condução e de conforto. De caminho, actualiza “em alta” o Passat GTE, o híbrido plug-in (PHEV) da gama, que passa a poder ir mais longe em modo 100% eléctrico.

Por fora, é necessário um olhar atento para distinguir o novo Passat do antigo, mas a realidade é que lá estão os para-choques com um desenho distinto à frente e atrás, bem como uma grelha ligeiramente diferente, com a Volkswagen a decidir que em equipa que ganha não se mexe – e este é o familiar que mais vende no Velho Continente, entre as marcas que não são de luxo. Novos são também os faróis em LED, com uma nova assinatura luminosa, com a tecnologia LED a ser utilizada igualmente nos faróis de nevoeiro e nos farolins posteriores. Tudo devidamente assinado com o nome do modelo na tampa da mala.

Muitas novidades, mas por dentro

O habitáculo do Passat continua espaçoso e construído com materiais de boa qualidade, sendo este um dos seus principais trunfos históricos. Mas também aqui há novidades, a começar pelo Digital Cockpit, o painel de instrumentos em frente de quem está ao volante, agora com mais possibilidades de veicular informações ao condutor. O ecrã central é maior e permite controlar o MIB3, o novo Modular Infotainment Matrix, que está sempre conectado à Internet, aceita actualizações de mapas over-the-air e ligações aos telemóveis através da Android Auto e Apple CarPlay, sem necessidade de recorrer a ligações por cabo. Os bancos passam a ser ergonomicamente mais eficientes, aprovados pela AGR (Aktion Gesunder Rücken), enquanto o som interior é agora “assinado” pela Dynaudio, com 700 W de potência. Um pouco excessivo é o nome do modelo mesmo no centro do tablier, não vá o condutor esquecer-se que veículo adquiriu…

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Mas a principal diferença a bordo do Passat é a inclusão de uma série de sistemas e dispositivos sob a insígnia IQ.Drive, a marca da Volkswagen dedicada aos assistentes à condução. O familiar passa assim a oferecer o Travel Assist, que permite que o veículo se desloque de 0 a 210 km/h (ou 30 a 210 km/h, caso a caixa seja manual) em forma semiautónoma, ou seja, com um automatismo de Nível 2. Isto significa que o Passat é agora capaz de manter a velocidade programada e respeitar a distância de segurança ao carro da frente, travando e acelerando consoante o caso, para depois agir sobre a direcção, mantendo-o ao centro da faixa de rodagem.

Além desta vantagem, o modelo estreia um volante “capacitivo”, que detecta a mão (ou mãos) do condutor, sem necessidade que lhe seja aplicada uma força, bem como a possibilidade de poder adaptar a velocidade à curva, rotunda ou cruzamento que se aproxima, evitando sustos e, no limite, acidentes.

Motores conhecidos a gasolina e gasóleo

Os motores ao serviço do renovado Passat são as versões mais modernas dos motores da marca, tanto a gasolina como diesel. Começando por estes últimos, destaque para o 1.6 TDi de 120 cv, que será o mais acessível em Portugal, mas não necessariamente o mais popular. Os mais exigentes podem optar pelo 2.0 TDi EVO de 150 cv, assim denominado por usufruir das mais recentes melhorias nesta classe de motorizações, com redução das fricções interiores, refrigeração dos pistões on demand, novo turbocompressor e um sistema duplo de catalisadores selectivos (SCR) com dupla injecção de AdBlue para reduzir ainda mais as emissões de NOx. Além destas duas unidades a gasóleo, o Passar disponibiliza duas versão mais possantes do 2.0 TDi, com respectivamente 190 cv e 240 cv. Com este último motor, o familiar alemão é capaz de atingir 247 km/h, na versão berlina de quatro portas, para rodar a 241 km/h caso esteja em causa a versão Variant.

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A Volkswagen não esqueceu os condutores que preferem motores a gasolina, pelo que o Passat conta com o 1.5 TSI com 150 cv, além do 2.0 TSI com dois níveis de potência. O primeiro fornece 190 cv, que lhe garantem 236 km/h com um consumo de apenas 5,7 litros, para o mais possante se “atirar” para os 272 cv. Associado a uma caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades (DSG7) e tracção integral 4Motion, esta versão está limitada a 250 km/h, mas atinge os 100 km/h em 5,6 segundos, com um consumo anunciado de 7 l/100 km.

Um híbrido plug-in que vai mais longe

Numa altura em que a Europa se prepara para um combate feroz contra as emissões de CO2, que pode liquidar muitos automóveis, especialmente os que mais gastam – e que mais emitem dióxido de carbono por tabela –, é bem possível que o Passat GTE seja um dos modelos mais importantes da gama (cuja produção evolui dos actuais 5% da gama, para uns mais expressivos 15%). Daí que a marca tenha dedicado bastante atenção ao híbrido plug-in da gama, que estranhamente mantém o 1.4 TSI (quando se esperava que o trocasse pelo mais moderno 1.5 TSI EVO, que funciona sob o ciclo Miller). Contudo, este motor monta agora um novo turbocompressor, entre muitas outras pequenas modificações que o tornaram mais eficaz, segundo o fabricante.

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A potência do motor a gasolina continua nos 156 cv, tal como a unidade eléctrica garante os mesmos 115 cv, com o acumulado a estar modulado a um máximo de 218 cv. A diferença maior está na bateria ao serviço do motor eléctrico, que tem agora mais 31% de capacidade, evoluindo de 9,9 kWh para 13 kWh. Isto garante que o GTE passa a ser capaz de percorrer 56 km em modo eléctrico, segundo o método WLTP, cerca de mais 20 km do que anteriormente. Se a anterior versão do Passat GTE anunciava 225 km/h e 7,4 segundos de 0-100 km/h, além de 1,8 litros de consumo médio e 40 g/km de CO2, de acordo com o método mais permissivo de determinação de consumos e emissões NEDC, é de esperar que o novo Passat não ande longe destes valores, mesmo se a respeitar a mais restritiva norma WLTP.

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O novo Volkswagen Passat chega a Portugal a 8 de Setembro, na versão berlina e Variant, a carrinha. O Passat Alltrack virá depois, com mais 2 cm de altura ao solo para poder rodar mais à vontade em pisos de terra. Os preços serão similares aos actuais, enquanto os níveis de equipamento mudam de denominação, com o mais simples Conforline a passar a ser conhecido por Passat, enquanto o Trendline é agora o Business e o antigo Highline corresponde ao novo Elegance. O Passat GTE, que estará sempre de acordo com as especificações Elegance, deverá ter o seu preço a rondar os 48.000€, com a Volkswagen a prometer uma versão de lançamento R-Line equipada com o 2.0 TDi de 240 cv, da qual vão apenas ser produzidas 2.000 unidades para toda a Europa.