A Altice afirmou esta terça-feira que o estudo que diz ser necessário um investimento de mais de 20 milhões de euros para melhorar a rede SIRESP é um “relatório oco, sem substância, com falhas técnicas, omissões e erros gravíssimos”. A empresa vai mesmo apresentar queixa ao Ministério Público devido ao documento que foi entregue ao Governo no dia 27 de junho e afirma que o Instituto das Telecomunicações (IT) não é autor.

A gigante de telecomunicações defende, em comunicado oficial, que foram feitas no estudo “declarações gravosas e indecorosas, infundadas e ilegítimas que põem em causa o bom nome e o prestígio da empresa”.

Este documento, ao ser tornado público e amplamente discutido de forma discricionária, evidencia de forma gravosa dados sensíveis e de caráter confidencial, que não são públicos, violando a confidencialidade de informação que, no respeito pelo interesse público e proteção da Rede de Emergência e até da Segurança Nacional, nunca foram antes publicitados. Trata-se de temas que não se discutem na praça pública, uma vez que põem em causa a segurança desta Rede e, até mesmo, do País”, declara a empresa.

A Altice Portugal diz que o relatório foi “de forma abusiva e indevida” associado ao IT e fala em usurpação. “Trata-se de um estudo realizado por um conjunto  de cidadãos individuais, alegadamente especialistas, que, não tendo capacidade de fazer eco das suas declarações, usam a imagem do IT e dos seus parceiros, apenas para ampliar a sua posição pessoal e projeção mediática”, refere a nota oficial.

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SIRESP. Melhorar a rede custa entre 20 a 25 milhões de euros

A Universidade de Aveiro também já tinha afirmado que o Instituto de Telecomunicações, de que é a principal parceira, não foi o responsável pelo relatório.

A nota critica igualmente as declarações do presidente do grupo de trabalho em questão, Carlos Salema. “As soluções que nós propusemos são muito mais seguras do que as soluções atuais da Altice, sobretudo em regiões sujeitas a fogos florestais”, disse Carlos Salema aquando a apresentação na Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias as conclusões do documento.

Salema, que é também presidente do Instituto de Telecomunicações, falou após o grupo de trabalho criado pelo Governo para apresentar as soluções tecnológicas para as comunicações de emergência em Portugal a partir de 1 de julho de 2021, quando termina o atual contrato do SIRESP, ser ouvido na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a pedido do PCP.

O grupo de trabalho em questão disse ainda ao Governo para pensar numa alteração da estrutura do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, de modo a ficar menos dependente de empresas privadas.