A peça “As três sozinhas” vai estrear-se na quinta-feira, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, interpretada por “três criadoras com uma multidão de mulheres dentro delas”.

Sílvia Filipe, Anabela Almeida e Cláudia Gaiolas, atrizes e produtoras da peça, evocam “uma lista interminável” de personalidades femininas como Maria Callas, Simone de Beauvoir, Frida Kahlo e Virginia Woolf, num “espetáculo que perpetua um massacre onde as mulheres que contrariam a sua função familiar ornamental acabam punidas ou mortas”, apresenta a atriz Sílvia Filipe em canto lírico.

Numa peça “que se expõe a si própria”, as vulnerabilidades do mundo feminino são contadas através da nudez, da palavra, da intimidade, das vivências e sonhos de cada uma das personagens, das suas angústias e medos, explicaram as atrizes aos jornalistas durante um ensaio para a imprensa.

Numa conversa informal, as três mulheres, amigas há 20 anos, partilham memórias e experiências de vida, através de textos escritos pelas próprias e palavras de autoras de referência.

Temas como a violência doméstica e o abuso de mulheres, o corpo feminino e o papel da mulher na sociedade são relatados ao longo da peça.

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Os objetos que entram em cena durante o espetáculo desenham um rasto num tapete de rebuçados que, segundo as atrizes, evoca “a dureza daquilo que é doce, bonito e associado a festa, que acaba por ser desconfortável e magoar”.

“As três sozinhas”, uma coprodução do Teatro Nacional D. Maria II com o Teatro Meia Volta e depois à esquerda quando eu disser, é um “projeto há muito desejado” pelas três atrizes que, através das suas palavras, pretendem “representar as palavras de muitas mulheres”, acrescentam aos jornalistas.

As sessões da peça entre 5 e 14 de julho estarão integradas na 36.ª edição do Festival de Teatro de Almada.

Os bilhetes para “As três sozinhas”, que vai estar em cena na sala estúdio do D. Maria II até dia 14 de julho, já estão à venda e podem custar entre oito e 16 euros.