É a primeira vez que, no setor da saúde, médicos e enfermeiros fazem coincidir dias de greve. Os médicos começaram na terça-feira uma greve de dois dias, que termina esta quarta-feira às 24:00. Já os enfermeiros estarão em greve durante quatro dias, terminando apenas na sexta-feira. Resultado? O adiamento de cerca de 6.000 cirurgias em todo o país. Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, ao Diário de Notícias, a greve dos profissionais de saúde obriga ao cancelamento de 1.500 cirurgias por cada dia de greve.

As cirurgias canceladas em consequência da greve serão reagendadas, mas os tempos de espera pelas cirurgias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) não ajudam a minimizar os efeitos das greves de médicos e enfermeiros. Apesar de Alexandre Lourenço considerar que a sobreposição de greves até pode “limitar o impacto” causado nos doentes, a verdade é que as sucessivas greves na área não têm ajudado a diminuir o tempo que os portugueses têm de aguardar pelas intervenções.

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Só este ano, duas paralisações de enfermeiros já obrigaram ao cancelamento de milhares de cirurgias. A primeira, no início do ano, levou ao adiamento só dois primeiros dias de 650 cirurgias, 57% das 1.133 previstas. Numa semana, mais de metade das cirurgias adiadas foram canceladas: 2.657. No início de fevereiro, o Governo avançou mesmo com uma requisição civil em quatro hospitais onde os serviços mínimos não tinham sido cumpridos, na greve que decorreu entre 14 de janeiro e 28 de fevereiro.

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