João Paulo Saraiva, presidente da Associação da Proteção e Socorro, foi acusado pelo Ministério Público de divulgar um vídeo íntimo que o presidente do INEM, Luís Alberto Meira, gravou com a mulher. Segundo a acusação assinada a 6 de junho, a que o Observador teve acesso, João Paulo Saraiva ficará em liberdade sujeito a termo de identidade e residência até ao fim do processo.

João Paulo Saraiva teve acesso a um vídeo íntimo de um minuto e 20 segundos que o presidente do INEM e a mulher, enfermeira, gravaram entre 2004 e 2005, com a câmara de um telemóvel. Não se sabe como é que esse vídeo chegou às mãos do presidente da Associação de Proteção e Socorro — mas, segundo a acusação, ter-lhe-á sido remetido previamente por uma pessoa não identificada.

A 21 de março de 2018, João Paulo Saraiva terá encaminhado esse vídeo através do Messenger — uma ferramenta de conversação do Facebook — para um membro da Secção de Simulação Médica da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia.

Ao encaminhar o vídeo, o arguido disse que quem lhe tinha remetido aquele material lhe garantiu ser a mulher do presidente do INEM que aparece nas imagens. Nessa mesma mensagem, João Paulo Saraiva também admitia que o homem na gravação era Luís Alberto Meira, presidente do INEM desde 2016.

O Ministério Público considerou que, ao divulgar este vídeo, o presidente da Associação de Proteção e Socorro “agiu com o propósito, alcançado, de devassar a vida privada do casal que surge no vídeo, designadamente a intimidade da sua vida sexual”. E que o arguido “agiu livre, voluntária e conscientemente”, sabendo que “a sua conduta era proibida e punida por lei”.  Como medida de coação, João Paulo Saraiva ficou em liberdade, mas sujeito a termo de identidade e residência”.

O Observador tentou, sem sucesso, ouvir João Paulo Saraiva. Ao Correio da Manhã desta quarta-feira, o dirigente, ex-tripulante de uma ambulância do INEM, recusou comentar o caso, invocando que está proibido de o fazer pelo tribunal. O presidente do INEM disse ser “um assunto do foro pessoal e privado sobre o qual nada tem a acrescentar”.

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