Khalid Al Qasimi, um príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, foi encontrado morto em Londres, onde trabalhava como estilista de moda, confirmou esta quarta-feira a polícia britânica, que não adiantou mais detalhes sobre as circunstâncias deste herdeiro de 39 anos.

Khalid Al Qasimi era o segundo filho do xeque Mohammed Al Qasimi e príncipe herdeiro do emirado de Xarja, o terceiro maior do país. O seu corpo foi encontrado sem vida esta segunda-feira, quando os serviços de emergência foram chamados à morada do seu apartamento, no bairro de Knightsbridge, para uma situação de “morte súbita”.

A polícia metropolitana de Londres está agora a investigar as causas da morte, depois de a autópsia realizada na terça-feira não ter sido conclusiva. A imprensa local, no entanto, avança que Khalid Al Qasimi terá morrido durante uma “longa noite de sexo e droga”, ainda que esta informação não seja confirmada.

O estilista fundou a sua marca de moda em 2016, com o nome de Qasimi, e apresentou, com sucesso, as suas coleções em desfiles nas Semanas da Moda de Londres e Paris. Os Emirados Árabes Unidos decretaram, entretanto, três dias de luto, com as bandeiras a meia haste, em memória do príncipe xeque Khalid bin Sultan Al Qasimi.

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A história do príncipe herdeiro fez-se em território britânico desde tenra idade. Khalid mudou-se para o Reino Unido quando tinha nove anos e, depois dos estudos na cidade de Tonbridge, frequentou a University College de Londres. Continuou o seu percurso em arquitetura e moda na universidade de artes Saint Martins Central e há três semanas apresentou a sua nova coleção primavera-verão.

Na lista das celebridades que utilizaram as suas criações de alta costura estão nomes como Lady Gaga, Florence Welch e Cheryl Cole. Em 2008, o estilista lançou a sua primeira coleção, juntamente com Elliott James Friez. Para Carolina Rush, diretora executiva do Conselho Britânico de Moda, “Jalid era um jovem designer talentosos cujas coleções eram modernas, elegantes e faziam sempre pensar”.

Lady Gaga utilizou um casaco produzido por Khalid Al Qasimi no V Festival, em 2009

O corpo do herdeiro foi enterrado esta quarta-feira em Sharjah, um dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos. As palavras públicas de Sultan bin Mohammed Al Qasimi, o seu pai, foram curtas: agora o filho está “sob os cuidados de Deus”.

Esta não é, no entanto, um caso novo para a família dos Emirados Árabes Unidos. Em 1999, também o irmão deste príncipe herdeiro foi encontrado morto em 1999 na sua residência familiar em Londres, onde vivia desde os 24 anos. Neste caso, Sheikh Mohamed bin Sultan Al Qasimi sofreu uma overdose de heroína.

Segundo a imprensa, que citou fontes próximas ao caso, “acredita-se que Jalid pode ter morrido como resultado da ingestão de drogas” depois de uma festa. Na sua residência, conta o El Mundo, a polícia chegou a encontrar “drogas de classe A”, entre as quais cocaína, heroína, LSD e cogumelos mágicos.

Khalid era elogiado pela sua exploração tenaz mas sensível de assuntos sócio-políticos, particularmente aqueles relacionados com o Médio Oriente e a sua relação por vezes tensa com o Oeste, um assunto muito próximo ao seu coração. O seu objetivo era criar um “mundo de produtos lindamente manufaturados infundidos com ressonâncias culturais, políticas e sociais para informar e inspirar”, lê-se no comunicado publicado na página do Instagram da marca do estilista.

Um amigo deste príncipe herdeiro disse à BBC que Khalid era um jovem “muito talentoso e incrivelmente inteligente”, que se destacava pela sua “enorme paixão pelos direitos humanos”. “Amava a vida, era muito aberto e amável e não lhe importava muito o ego”, acrescentou.