A empresa de transporte privado chinesa Didi, equivalente à Uber, excluiu 306 mil motoristas, quase 1% do total, devido a questões envolvendo verificação das identidades ou carta de condução, informou esta quarta-feira o portal de notícias Caixin.

O Didi anunciou ainda a criação de uma equipa com mais de 2.500 pessoas para supervisionar todo o trabalho relacionado com a segurança.

No ano passado, a plataforma foi questionada pelas autoridades, depois da morte de duas passageiras, no espaço de três meses.

Uma mulher de 20 anos foi violada e assassinada pelo condutor, no leste da China, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi. Um caso semelhante resultou no homicídio de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro do país.

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Após os homicídios, o Didi suspendeu o seu serviço de carros compartilhados e lançou uma reestruturação interna, devido à crescente pressão do público e das autoridades chinesas, que exigiram que a empresa retificasse os seus padrões operacionais, visando garantir a segurança.

A empresa passou ainda a incluir um “botão de pânico” na aplicação para contactar diretamente com a polícia.

No total, o Didi investiu dois mil milhões de yuan (257 milhões de euros) para aperfeiçoar o sistema de segurança, treino do seu pessoal e dos motoristas e atendimento ao cliente.

Segundo um relatório recente, nos primeiros quatro meses do ano, a empresa recebeu mais de 80.000 telefonemas relacionados com incidentes de segurança, entre os quais 121 envolviam algum tipo de crime.

Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adotou uma estratégia de expansão internacional no ano passado, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis. No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56 mil milhões de dólares (48.170 milhões de euros).