A Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) considera que os livros dos 1.º e 2.º anos do ensino primário “não vão ser reutilizáveis” pelos alunos no próximo ano letivo. A declaração surge depois de o ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues ter dito, no Parlamento, que 45% dos manuais até ao 6.º ano transitaram para os estudantes no ano seguinte.

Em entrevista ao DN, Manuel António Pereira considera que “a estrutura dos manuais não está pensada para a reutilização” nos primeiros anos do ensino primário. Isto porque os alunos escrevem, desenham e colam autocolantes nos livros. Dados do Tribunal de Contas referentes ao ano letivo passado, dão conta de uma taxa de reutilização de 11% nos manuais do 1.º ciclo, mas Manuel António Pereira prevê que este ano a taxa seja “muito abaixo” desse valor.

Vários professores e funcionários continuam, até esta sexta-feira, a fazer uma triagem dos livros, apagando o que estava escrito e decidindo se os manuais podem ou não ser usados por outros. “O próprio governo sabe que a forma como estão arquitetados torna-os de difícil reutilização”, refere o responsável.

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Manuel António Pereira acrescenta, porém, que o balanço geral da reutilização até é “muito positivo”. “É um bom princípio emprestar os manuais. Isto faz-se passo a passo e espero que o novo ciclo de manuais tenha uma estrutura pensada.” A gratuitidade dos manuais escolares abrangeu 528 mil alunos entre o 1.º e 2.º ciclos, no ano passado. No próximo ano letivo a iniciativa será alargada até ao 12.º ano.

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