O navio suspeito de transportar petróleo para a Síria, apesar das sanções contra Damasco, foi intercetado esta quinta-feira ao largo de Gibraltar a pedido dos Estados Unidos, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol.

“Estamos a estudar as circunstâncias em que isso aconteceu, isso foi um pedido feito pelos Estados Unidos ao Reino Unido”, disse Josep Borrell à imprensa.

As autoridades do território britânico de Gibraltar, no extremo sul da Espanha, ajudadas por um destacamento de fuzileiros navais britânicos, intercetaram esta quinta-feira o petroleiro a cerca de quatro quilómetros a sul do “Rochedo”.

“Nós estávamos naturalmente ao corrente desta operação, os elementos da patrulha da Guarda Civil [GNR espanhola] limitaram a área”, disse o governante, que acrescentou: “nós estamos a ver de que forma isto afeta a nossa soberania, no sentido que ocorreu em águas das quais consideramos que a soberania é espanhola”.

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Gibraltar considera estas águas como parte das águas territoriais britânicas, contestadas pela Espanha que reivindica soberania sobre a totalidade do território.

“Temos razões para acreditar que o ‘Grace 1’ estava a transportar a sua carga de petróleo bruto para a refinaria de Banias, na Síria, (…) propriedade de uma entidade sujeita às sanções da União Europeia”, anunciou o chefe do Governo de Gibraltar, Fabian Picardo, esta manhã em comunicado.

As sanções europeias contra a Síria, em vigor desde o final de 2011 e prorrogadas em maio último até 01 de junho de 2020, incluem um embargo ao petróleo e o congelamento dos ativos do Banco Central da Síria na UE.

Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 360.000 mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.