A segurança será reforçada na Figueira da Foz entre sexta-feira e domingo, durante o festival Somnii, a que se junta, pela primeira vez, um evento paralelo, o Cidade Festival, com animação em sete palcos e na rua.

Em declarações à Lusa, o comandante do porto da Figueira da Foz, Silva Rocha, responsável pelos meios da Autoridade Marítima Nacional e efetivo da Polícia Marítima, que atuam no areal e zonas adjacentes a este e no mar, notou que o plano de segurança, que se tem vindo a repetir, embora com atualizações, desde que o Somnii se realizou pela primeira vez, em 2013, “tem funcionado na perfeição”.

“Num evento com esta dimensão, os maiores problemas com que o posto médico avançado se tem confrontado é o excesso de álcool e escoriações. Muito pontualmente, há outras complicações, mas são resolvidas sem problemas de maior”, afirmou.

O dispositivo da Polícia Marítima será reforçado durante o evento e terá no total 18 operacionais, que contam, no areal, com elementos da Divisão Policial da PSP da Figueira da Foz no controle de entradas no recinto, parceria que começou em 2017 e se mantém.

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A Autoridade Marítima disponibiliza ainda vigilância motorizada na praia, uma moto de água “com tripulantes salva-vidas” no mar e dois postos de nadadores-salvadores “exclusivos do festival”.

Existe ainda uma zona de exclusão aérea aplicada num raio de mil metros em redor do recinto e até uma altitude de cerca de dois mil pés (cerca de 700 metros), por questões de segurança, restrição que visa avionetas com mangas publicitárias, parapentes com motor ou ‘drones’ operados por particulares, estando apenas autorizados dois destes últimos aparelhos, um da organização e outro de uma estação de televisão patrocinadora do evento.

Já o molhe norte do porto comercial está, por estes dias, vedado à pesca lúdica e à circulação de turistas e veraneantes, dado ser a via de acesso primordial ao topo sul do recinto da praia do Relógio, quer para veículos ligados à montagem das infraestruturas do evento, quer como corredor de emergência durante os três dias do Somnii.

Fonte da organização indicou, a título de exemplo, que a montagem, no areal, das infraestruturas necessárias ao festival envolve cerca de 200 pessoas, mais de 100 camiões TIR, sete empilhadores telescópicos, cinco tratores e outras tantas motos-4. A energia necessária é garantida por um posto de transformação e sete geradores e, entre outras facilidades, os festivaleiros terão à disposição 120 máquinas de cerveja e 150 casas de banho.

Já de acordo com informação disponibilizada à Lusa pela autarquia, o Plano de Prevenção e Emergência prevê que o posto médico avançado da Cruz Vermelha Portuguesa tenha dois médicos, quatro enfermeiros, quatro tripulantes de ambulância de socorro e um psicólogo “no mínimo e em permanência”, embora estes números, de acordo com a fonte camarária, habitualmente dupliquem, através de socorristas voluntários.

O posto médico, que funcionará em articulação com o Hospital Distrital da Figueira da Foz, inclui uma zona de receção e triagem de eventuais vítimas, área de tratamentos e pequena cirurgia, zona de tratamento com cinco áreas de tratamento individualizadas e sala de observações com capacidade para 12 vítimas em simultâneo.

Fonte policial disse, por seu turno, que, para além do dispositivo da PSP no areal, no controle de entradas, os meios na cidade serão reforçados com elementos do Comando Distrital de Coimbra e do Corpo de Intervenção da Unidade Especial de Polícia.

Festival Somnii espera “a maior assistência de sempre”

“Esperamos a maior assistência de sempre [acima das 100 mil pessoas]. É garantido que vamos ter casa cheia. As vendas de bilhetes nos últimos dias têm sido muito grandes, mais do dobro do ano passado”, disse à agência Lusa Marco Azevedo, da Sociedade Lusa de Espetáculos, empresa do grupo Braver, promotora do Somnii.

A oitava edição do Somnii, sétima consecutiva nesta cidade no litoral do distrito de Coimbra, apresenta este ano, e também pela primeira vez, dois palcos: o principal no local habitual – o topo norte do recinto instalado à beira-mar, entre a praia do Relógio e o molhe norte do porto da Figueira da Foz – e o secundário, dedicado maioritariamente a projetos nacionais de hip hop, no topo sul, junto àquela infraestrutura portuária, virado para o palco principal.

Na sexta-feira, primeiro dia do festival, os cabeças de cartaz do Somnii são o dj e produtor holandês Afrojack, número 8 do top 100 da DJ Mag e um ‘gigante’ de 2,08 metros, e o sueco Alesso, 27 anos (cumpre 28 no domingo), especializado em house progressivo. Afrojack tem atuação agendada para as 17h30 e Alesso sobe ao palco às 21h30.

No sábado, os destaques vão para DJ Snake, o francês que junta a música eletrónica de dança ao hip hop (e que também regressa à Figueira da Foz onde atuou em 2016), e Ozuna, o porto-riquenho estrela de reggaeton que se apresenta em palco com 12 bailarinas.

No domingo, último dia do Somnii, os pontos altos vão para as atuações, às 22h00, do holandês Don Diablo, 7.º melhor dj do mundo no top da DJ Mag. Imediatamente antes, às 20h50, sobe ao palco principal do festival o ‘rapper’ norte-americano Tyga, num cartaz de encerramento que inclui ainda Third Party, Jonas Blue, James Hype, Lost Kings e Lvndscape.

O evento Cidade Festival, paralelo ao RFM Somnii, prevê 84 atuações gratuitas entre as 15h00 e as 21h30, de 34 artistas de música contemporânea, clássica, jazz e fado, artes performativas, animação circense e dança contemporânea, em sete palcos localizados junto à zona ribeirinha (praça do Forte), avenida marginal (Torre do Relógio) e zona turística do Bairro Novo.

Existirão ainda ‘after parties’ no Casino Figueira, discoteca NB Club e Praça do Forte, após o fecho de cada um dos três dias no recinto da praia, prolongando a festa madrugada fora.