O barco Alex da Organização Não-Governamental (ONG) italiana Mediterranea, com 41 migrantes a bordo, que foram resgatados na sexta-feira, atracou este sábado no porto da ilha de Lampedusa, em Itália, sem autorização, apesar de ter sido proibido pelo Governo italiano. A proibição foi decidida pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, contudo a embarcação, um veleiro de 20 metros de comprimento, entrou em águas italianas e atracou em Lampedusa, com todos os migrantes em cima do barco, protegendo-se do sol com mantas térmicas, relatou a agência espanhola EFE, com base em imagens da ONH.

No cais do porto de Lampedusa, agentes da polícia, voluntários da Cruz Vermelha e outras organizações humanitárias, assim como alguns cidadãos, aguardavam a chegada do barco Alex, recebendo os 41 migrantes com aplausos. Pelas 15h30, mais uma hora em Lisboa, os migrantes ainda não tinha desembarcado, segundo a EFE.

A Itália informou este sábado recusar a entrada no porto da ilha de Lampedusa das embarcações da Organização Não-Governamental (ONG) alemã Sea Eye, com 65 migrantes a bordo, e da italiana Mediterranea, um pequeno veleiro com 41 resgatados.

O Ministério do Interior italiano informou que um barco da Guarda de Finanças, a polícia italiana responsável pela defesa nacional das fronteiras, notificou o comandante do barco Alan Kurdi, da organização Sea Eye, da “proibição de acesso, trânsito e atraque em águas territoriais italianas”. O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, de extrema-direita, estimulou uma política de portos encerrados a barcos das organizações humanitárias que salvam vidas no Mediterrâneo, que acusa de fomentarem a imigração ilegal.

Na quinta-feira, 54 pessoas foram resgatadas da Líbia e, um dia depois, 13 tiveram que ser retiradas do Alex por razões médicas: seis mulheres (incluindo quatro grávidas), dois homens, quatro crianças menores de um ano e outra de 12 anos, indicaram fontes do Governo italiano. Devido a estas condições, a ONG pediu permissão para atracar em Lampedusa.

O caso desta embarcação causou mau estar entre os governos da Itália e de Malta, uma vez que tem a permissão para desembarcar migrantes no porto de Valletta.

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