A atriz americana Sarah Jessica Parker é mais uma a acrescentar o seu nome à lista de mulheres que foram vítimas de assédio ao longo dos anos no local de trabalho. Numa entrevista à NPR, a atriz afirma que só depois do movimento #MeToo ter ganho proporções é que percebeu que, durante anos, tinha sido, também ela, vítima de assédio durante as gravações das séries e filmes em que participou.

Só há cerca de seis ou oito meses é que comecei a perceber que inúmeras vezes os homens comportaram-se inadequadamente, eu tentei de todas as formas possíveis continuar a trabalhar, no set. Simplesmente empurrava-o ou encontrava um sítio com mais espaço para mim e continuava”, explica a atriz.

Sara Jessica Parker confidencia ainda que essas ocasiões “não a consumiram” e que ainda hoje não percebe como é que não ficou mais “afetada pelas coisas que percebia, mas que não estava disposta a aceitar”.

Uma das experiências negativas pelas quais passou envolve uma “grande estrela do cinema”, apesar de a atriz ter optado por não revelar o nome na entrevista.

“Eu não me sentia tão poderosa quanto o homem que me estava a assediar. E eu era… Isto é, eu tinha todo o direito a dizer ‘isso é inapropriado’. Podia ter ido fazer queixa a alguém superior e estava segura”, contou a atriz, acrescentando que, numa das ocasiões, chegou mesmo a reportar ao agente. No mesmo dia ficou resolvido, o agente explicou à produção que, caso se mantivesse o assédio, “compraria uma viagem a Sarah para fora da cidade [onde estavam a gravar] sem hipótese de regresso”.

A lista (sempre incompleta) dos 237 acusados de assédio sexual. 51 conhecidos, 36 não revelados, e 150 desconhecidos

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