Uma fotografia partilhada no Twitter pela embaixada de Israel no Brasil está a ser alvo de discussão nas redes sociais por mostrar o embaixador Yossi Shelley à mesa com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ambos com os pratos digitalmente censurados.
“Antes da final da Copa América entre Brasil e Peru, o presidente Jair Bolsonaro e o embaixador Yossi Shelley almoçaram juntos em Brasília. Eles irão acompanhar a partida desejando sorte para a seleção brasileira em busca de mais um título”, lê-se no tweet que descreve as circunstâncias do almoço.
Antes da final da Copa América entre Brasil e Peru, o presidente @jairbolsonaro e o @embaixadoryossi almoçaram juntos em Brasília. Eles irão acompanhar a partida desejando sorte para a seleção brasileira em busca de mais um título. Vai Brasil!! pic.twitter.com/trDHb0ftCh
— Israel no Brasil (@IsraelinBrazil) July 7, 2019
Porém, os pratos dos dois aparecem tapados por borrões pretos digitais que tentam ocultar o conteúdo da refeição — embora muitos utilizadores das redes sociais afirmem ser possível identificar na imagem restos de marisco, nomeadamente lagosta.
O problema surge precisamente aí. É que, de acordo com a tradição judaica, o marisco é um alimento proibido para os judeus, tal como a carne de porco e todos os alimentos que não sejam considerados kosher.
Os judeus apenas estão autorizados a comer peixe que tenha escamas e barbatanas, o que não é o caso do marisco.
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À altura da publicação deste artigo, a fotografia já tinha recebido perto de 3 mil reações no Twitter e reunia mais de mil comentários — numa conta cujas publicações juntam habitualmente não mais de uma ou duas dezenas de comentários.
Grande parte dos comentários fazem referências à tentativa de ocultação dos alimentos e acusam o embaixador de estar a esconder o facto de ter comido alimentos proibidos aos judeus.