Na Austrália, a polémica do momento está relacionada com a utilização de um novo “radar” para a fiscalização do trânsito, que não visa controlar a velocidade, mas sim a manipulação do telemóvel enquanto se conduz.

O sistema é eficaz independentemente da luminosidade e das condições meteorológicas, sendo capaz de apanhar os mais incautos a velocidades de até 300 km/h, graças a uma câmara com uma resolução tão elevada que, depois de captadas as fotos de todos os condutores numa determinada via, o que acontece em questão de segundos, as imagens são processadas num software especificamente projectado para identificar a manipulação do telemóvel ao volante.

A tecnologia, que recorre como base a equipamento militar, foi testada durante seis meses em Sidney e agora aprovada no estado de Nova Gales do Sul. A medida enquadra-se na nova Lei de Segurança Rodoviária australiana, que autoriza a captação de imagens dos condutores (filmagem ou fotografia) quando estes estão em vias públicas, sem necessitar para tal do respectivo consentimento. E é essa a razão pela qual a nova ferramenta ao serviço das autoridades tem vindo a ser contestada, sob o argumento de que constitui uma violação à privacidade. No entanto, além de Nova Gales do Sul, também Queensland e Victoria se preparam para aprovar o recurso a este expediente.

Em resposta às críticas, o departamento governamental NSW, responsável por operar o novo sistema de fiscalização, esclarece que as imagens são primeiramente filtradas pelo software dotado de inteligência artificial e, só depois, seleccionadas e analisadas pelos técnicos autorizados para o efeito.

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