A Comissão Europeia mantém as previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano e para 2020 (projetando uma subida do PIB de 1,7% nesses dois anos), mas com alertas quanto à desaceleração das exportações. O consumo privado também está a desacelerar.

Nas previsões económicas de Verão para Portugal, divulgadas esta quarta-feira, a Comissão nota que “em termos globais, estima-se um crescimento do PIB de 1,7% tanto em 2019 como em 2020” e sublinha que os riscos para Portugal “refletem o recente aumento da volatilidade quanto à produção industrial do país e às exportações”. As estimativas são iguais às que a Comissão já tinha previsto no boletim de Primavera. São mais pessimistas do que as previsões do Governo para estes dois anos, que é de 1,9%.

Comissão Europeia aponta para défice de 0,4% em 2019

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Bruxelas recorda que o PIB de Portugal cresceu 1,8% no primeiro trimestre de 2019 (face ao período homólogo do ano passado), e aponta a razão: “a forte procura interna mais do que compensou o fraco nível de exportações líquidas”. Por outro lado, o “crescimento do consumo privado desacelerou ligeiramente, mas o investimento recuperou fortemente (…)”.

No entanto “as projeções apontam para que o crescimento do PIB diminua marginalmente ao longo do período em análise [até 2020], refletindo sobretudo um contexto externo de menor apoio. O crescimento no consumo privado também vai enfraquecer”.

A Comissão indica ainda que os últimos dados concretos disponíveis “sugerem que o setor dos serviços, nomeadamente o turismo, continua a suportar o crescimento, enquanto a performance da indústria está a ser afetada pela menor procura externa”.

Economia da Zona Euro cresce menos

Nas previsões de Verão, a Comissão Europeia reviu em ligeira baixa a previsão de crescimento da economia da zona euro para o próximo ano, antecipando que acelere muito moderadamente, de 1,2% do PIB este ano para 1,4% em 2020 (menos uma décima do que previa no boletim de Primavera). Razão principal? Fatores externos, designadamente “as tensões comerciais a nível mundial e incertezas de vulto em matéria de políticas”.

Ao longo do último ciclo de previsões, Bruxelas tem procedido a sucessivas revisões em baixa do ritmo de crescimento da economia do espaço da moeda única, que abranda assim de forma vincada, no horizonte temporal de curto prazo (2019 e 2020), face aos valores de crescimento do PIB registados nos últimos quatro anos (2,1% em 2015, 1,9% em 2016, 2,4% em 2017 e 1,9% no ano passado).

Para o conjunto da União Europeia a 28, a Comissão manteve inalteradas as suas previsões, que apontam para um crescimento de 1,4% em 2019 e de 1,6% em 2020.