O primeiro-ministro elogiou esta sexta-feira os resultados para o sistema de saúde na sequência do “casamento” entre Câmara de Lisboa e Santa Casa da Misericórdia no tempo em que Santana Lopes assumiu as funções de provedor.

António Costa assumiu esta posição na cerimónia de inauguração da unidade de cuidados continuados integrados de São Roque, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa – uma unidade que será coordenada pela antiga ministra da Saúde Ana Jorge e que terá capacidade para 44 camas. Segundo dados da construtora Teixeira Pinto e Duarte, empresa de Amarante, a obra custou cerca de três milhões de euros e prolongou-se por oito meses e meio.

“Este é um momento importante, porque se avança com um dos pilares fundamentais daquilo que é preciso fazer-se no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Claro que é preciso suprirem-se as falhas do SNS, reforçá-lo e robustecê-lo, mas também é preciso fazer diferente em duas linhas: Desenvolver uma rede de cuidados de saúde primários com novas valências e uma rede de cuidados continuados integrados”, declarou o primeiro-ministro.

Nesta estratégia de diversificação da oferta do SNS, António Costa considerou essencial “a existência de um grande esforço de trabalho em rede e em parceria” para que existam novas respostas.

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“Esta parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é particularmente relevante, porque nesta região do país [Lisboa] as carências são paradoxalmente acentuadas. Mas é também particularmente relevante porque representa um sinal do fim de um divórcio de muitas décadas entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o município de Lisboa”, disse.

António Costa elogiou então o papel desempenhado pelo antigo primeiro-ministro e atual líder da Aliança, Pedro Santana Lopes, falando do “casamento que se estabeleceu [ainda na presente legislatura] no tempo em que um ex-presidente da Câmara de Lisboa foi provedor da Santa Casa da Misericórdia”.

“Esse casamento tem persistido com a mudança do presidente da Câmara de Lisboa e do provedor da Santa Casa da Misericórdia. Isso é o melhor sinal, porque significa que a mudança institucional está consolidada e já não depende das vicissitudes de quem exerce as funções, não obstante as duas instituições estarem excelentemente entregues”, observou.

O primeiro-ministro caracterizou mesmo esse “casamento” como “muito promissor, porque ainda há muito para se fazer em conjunto e o desafio que está pela frente é imenso e será crescente”.

Na cerimónia, os primeiros discursos pertenceram ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e ao provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho. Fernando Medina destacou a implementação de mais unidades de cuidados continuados integrados em oito espaços da cidade, enquanto Edmundo Martinho, salientou “a forma virtuosa de partilha de responsabilidades para aumentar a capacidade de resposta instalada”.

A ministra da Saúde, Marta Temido, defendeu a necessidade de parcerias entre os diferentes setores público, social e mutualista, tendo em vista darem-se “respostas mais eficientes”, e apontou entre os principais desafios a capacidade de estas unidades manterem os doentes sem necessidade de novos internamentos hospitalares.

Já em declarações aos jornalistas, Marta Temido reconheceu que é preciso “maior velocidade para aumentar a capacidade de resposta”, mas referiu que no ano passado o número de camas era já de 8888.

“No dia 31 de dezembro de 2018, foram autorizadas mais 307. Agora, com o despacho de hoje, temos um reforço de 446”, acrescentou.

A seguir à intervenção de Marta Temido, o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou que estas parcerias ao nível de cuidados de saúde “são das mais inovadoras e que mais se enraizaram na sociedade portuguesa”.

“Nesta rede, participam entidades públicas, privadas e do setor social. Todas têm o mesmo objetivo”, acentuou Vieira da Silva.