As tensões no Médio Oriente podem representar uma “ameaça existencial” para o homem, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, caso o acordo nuclear com o Irão colapse.
“O Médio Oriente já é uma das regiões mais instáveis do mundo, mas se todos os lados estivessem armados com armas nucleares, isso representaria uma ameaça existencial à humanidade. Farei tudo ao meu alcance para evitar que isso aconteça” garantiu Jeremy Hunt, citado pelo The Guardian, na manhã desta segunda-feira antes de entrar numa reunião da União Europeia em Bruxelas na qual, referiu, vai tentar reforçar a importância do acordo nuclear.
Heading to Brussels for urgent talks on how to reduce tensions with Iran. Their approach to Mid East has been profoundly destabilising but we want to reduce not raise tensions over Grace 1 and avoid a nuclearised region. But a deal is a deal and if one side breaches it… pic.twitter.com/n9MngbpZuX
— Jeremy Hunt (@Jeremy_Hunt) July 15, 2019
No sábado, Hunt já tinha tentado amenizar a tensão, ao contactar o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif. No telefonema, relatado pelo jornal britânico, o político assegurou que o petroleiro iraniano capturado há 10 dias poderia ser libertado, caso Teerão assegure que os responsáveis da embarcação não irão descarregar o petróleo na Síria.
Zarif não reagiu da melhor forma à proposta de Hunt, afirmando que o Irão deveria ter o direito de vender petróleo a qualquer país e que a apreensão do navio “Grace 1” tinha sido um ato de pirataria.
Hunt voltou a falar da detenção em Gibraltar esta segunda-feira, acrescentando que a mesma foi uma violação “da imposição de sanções à Síria por parte da UE . A ação tinha que ser tomada, e isso não tinha nada a ver com o petróleo ser iraniano ”.
Também esta segunda-feira a França, a Alemanha e o Reino Unido — os três signatários europeus do acordo nuclear — emitiram uma declaração conjunta antes da reunião. “Os riscos são de tal ordem que é preciso que todas as partes interessadas façam uma pausa e considerem as possíveis consequências das suas ações”, dizem em comunicado, citado pelo The Guardian.
No domingo Teerão mostrou-se disponível para negociar. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que o país estava pronto para discutir o acordo nuclear com os Estados Unidos se e quando estes “pararem com as sanções e o assédio” ao Irão.
Presidente diz que Irão está pronto a negociar se Estados Unidos levantarem sanções