A Coreia do Norte advertiu nesta terça-feira os Estados Unidos de que os exercícios militares planeados por Washington com Seul, no próximo mês, “violariam” compromissos bilaterais e afetariam o diálogo pelo desarmamento na península coreana.

Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, citado pela agência estatal KCNA, o regime norte-coreano criticou essas manobras militares, num momento em que Washington e Pyongyang discutem a retomada das suas negociações sobre a desnuclearização na península coreana.

Se Seul e Washington decidirem prosseguir com as manobras de Dong Maeng, planeadas para agosto, isso “afetará as reuniões de trabalho” entre os EUA e a Coreia do Norte, segundo um comunicado assinado por um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

“Vamos tomar uma decisão sobre as reuniões de trabalho depois de observar os movimentos dos Estados Unidos”, acrescenta a nota, referindo que as manobras são consideradas por Pyongyang como uma invasão.

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Washington e Pyongyang anunciaram que vão realizar sessões de trabalho para chegar a um possível acordo de desnuclearização após a cimeira improvisada a 30 de junho, na fronteira das Coreias, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Menos de um mês depois da reunião em Panmunjom entre os líderes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, este país está a preparar-se para reiniciar os exercícios militares conjuntos que prometeu suspender”, disse noutra declaração o Ministério norte-coreano, também citado pela KCNA hoje.

Pyongyang advertiu que, se os exercícios militares forem executados, “serão uma clara violação do espírito” do acordo entre os dois países e instam os Estados Unidos a cumprir os seus compromissos.

Washington sinalizou o seu desejo de retomar as negociações de trabalho sobre o desarmamento com Pyongyang até meados do mês, embora, por enquanto, não tenha recebido resposta do regime.