O irmão do autor do atentado suicida de Manchester que provocou 22 mortos em 2017 foi esta quarta-feira detido num aeroporto de Londres após ser extraditado pela Líbia, anunciou a polícia britânica.

Hashem Abedi, irmão de Salman Abedi, foi detido por “morte, tentativa de morte e conspiração destinada a provocar uma explosão suscetível de colocar vidas em perigo”, indicou a polícia de Manchester em comunicado.

“Foi entregue esta manhã pelas autoridades líbias aos polícias britânicos”, precisou Ian Hopkins, um responsável pela polícia de Manchester, que acrescentou: “Escoltaram-no no voo [em direção ao Reino Unido] e aterraram há pouco no Reino Unido”. Transferido para uma esquadra da polícia, deverá comparecer em breve perante a justiça, adiantou a polícia.

“Trata-se obviamente de um momento importante para o inquérito”, reagiu a primeira-ministra Theresa May. “Espero que esta etapa satisfaça os próximos de todas as vítimas” e permita “levar este caso perante os tribunais”, acrescentou. Previamente, fonte dos serviços secretos líbios tinha anunciado a sua extradição.

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“Foi entregue aos serviços da embaixada britânica no aeroporto de Mitiga [perto de Tripoli] em conformidade com uma decisão da justiça líbia e a pedido das autoridades britânicas”, indicou Ahmed Ben Salem, porta-voz da Força de Radaa, um grupo armado que manteve o acusado sob detenção e que exerce funções policiais na capital líbia.

A Força de Radaa (dissuasão) leal ao Governo de Acordo Nacional líbio (GAN) reconhecido pela ONU, prendeu o irmão, então com 18 anos, e o pai de Salman Abedi alguns dias após o atentado. O pai foi libertado semanas mais tarde.

Esta força indicou na ocasião que Hashem Abedi “admitiu que se encontrava no Reino Unido durante o período de preparação do atentado” e que estava “plenamente ao corrente dos detalhes desta operação terrorista”.

A polícia de Manchester afirmou por sua vez ter recolhido provas suficientes para obter um mandado de captura contra Hashem Abedi.

A Líbia não extradita habitualmente os seus cidadãos.

Em 22 de maio de 2017, Salman Abedi fez explodir a bomba que transportava à saída de uma grande sala de espetáculos onde acabava de atuar a estrela pop norte-americana Ariana Grande, tendo sido mortas 22 pessoas, incluindo sete crianças, e cerca de 100 ficaram feridas.

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A Força de Radaa é formada essencialmente por salafistas (não ‘jihadistas’), estacionados sobretudo a leste da capital e exerce funções policiais em Tripoli, afirmando perseguir traficantes (droga, álcool), e pessoas suspeitas de integrarem grupos ‘jihadistas’.