Enquanto a nível nacional se discute o cenário de novas eleições, em Múrcia parece haver “fumo branco” para a formação de governo. O Partido Popular (PP) e o Ciudadanos anunciaram esta sexta-feira um acordo com o partido Vox que deverá permitir, nos próximos dias, a investidura de Fernando López Miras (do PP) como líder do governo autonómico.

Após uma reunião que, segundo o El País, não demorou mais de 20 minutos, López Miras anunciou que o seu partido está em condições de “assumir plenamente” as propostas do Vox. E Isabel Franco, do Ciudadanos, indicou que as propostas “não são incompatíveis” com aquelas que foram acordadas entre o Ciudadanos e o PP.

Para que as posições se aproximassem foi decisivo o facto de o Vox ter reformulado algumas das suas propostas, desde logo retirando uma das exigências que estavam a gerar mais polémica: a reforma da lei de igualdade para os cidadãos LGBTI. Mas mantiveram-se as propostas concretas que o Vox apresentou, por exemplo, para um controlo das fronteiras e para uma revisão da política de criação de centros para albergar imigrantes ilegais menores de idade e não acompanhados.

Entre as exigências do Vox estão, também, a intenção de colocar os serviços públicos a “proteger” a mulher grávida, para que lhe sejam oferecidas “alternativas” ao aborto. Na área da educação, o Vox exigiu uma garantia de que as crianças podem receber na escola a “formação moral e religiosa de acordo com as suas convicções”, ao mesmo tempo que exigiu medidas de inspeção para garantir que não existe “endoutrinamento político” nas salas de aula.

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Se em Múrcia parece existir caminho aberto para uma investidura, no governo central, em Madrid, a investidura de Pedro Sánchez (PSOE) ainda não está garantida, fracassadas as negociações com Pablo Iglesias (Podemos) mantendo-se a hipótese de realização de novas eleições antecipadas.

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