Não têm faltado motivos de interesse nesta edição do Tour, dos desportivos aos mais inusitados como a fuga de Rohan Dennis, da Bahrain-Mérida, que desistiu da prova e duas horas depois ainda andava desaparecido do radar da equipa. E o contrarrelógio da 13.ª etapa onde Julian Alaphilippe reforçou a camisola amarela foi também um grande dia para acompanhar a mítica Volta à França. No entanto, não há nada como uma boa montanha para colocar também as emoções num pico. E esta era especial.
Julian Alaphilippe vence contrarrelógio e reforça liderança à 13.ª etapa da Volta a França
Num dos pontos que diferencia o Tour das outras provas, a edição deste ano contará com um total de seis passagens em locais a mais de 2.000 metros de altitude e este sábado era a etapa que terminava em Tourmalet que prendia todos os olhares, com os ciclistas a chegarem ao topo com menos 21% de oxigénio no sangue do que ao nível do mar. “A pressão atmosférica é mais baixa do que ao nível do mar, com isso a pressão de oxigénio nos pulmões é menor e o oxigénio passa com mais dificuldades para o sangue, o que obriga o organismo a adaptar-se”, dizia ao La Vanguardia Enric Subirats, especialista em medicina de montanha. Esta era uma etapa apenas para os grandes mas Thibaut Pinot foi ainda maior.
? WHAT A RIDE by @ThibautPinot ! ??
? MAGNIFIQUE Thibaut Pinot ! ??#TDF2019 pic.twitter.com/Z3WCSsff1p
— Tour de France™ (@LeTour) July 20, 2019
Como contava o El Mundo este sábado, a mais emblemática montanha do Tour nasceu de uma “mentira”: de acordo com os livros históricos da prova, Alphonse Steinés, que foi enviado pelo diretor da corrida para estudar o circuito, teve de parar o carro a quatro quilómetros do topo, subiu tudo a pé, voltou umas horas depois quase congelado numa outra zona de onde enviou uma mensagem dizendo que tinha feito o reconhecimento e que o caminho era muito bom. Henri Desgrange aceitou as recomendações acreditando que eram fidedignas, Tourmalet estreou-se mesmo em 1910 na Volta a França e por lá já passaram etapas em mais de 80 edições. Em 2018, ganhou Julian Alaphilippe; este ano, foi quase como se tivesse ganho.
"This man has been MAGIC today!"
On the 100th anniversary of the yellow jersey's debut, Julian Alaphilippe pulled off the ride of his life. #TDF2019 pic.twitter.com/N8ZbHw6DXe
— NBC Sports Cycling (@NBCSNCycling) July 19, 2019
Ao terminar no segundo lugar, o ciclista da Deceuninck-QuickStep reforçou ainda mais o primeiro lugar da geral individual, passando agora a contar com 2.02 minutos de vantagem sobre Geraint Thomas (Ineos), vencedor do Tour no ano passado que perdeu em Tourmalet cerca de 30 segundos para a liderança. Steven Kruijswijk, da TJV Jumbo, manteve a terceira posição a 2.14 minutos depois de ter terminado quase colado a Alaphilippe. Pinot foi mesmo o único a ganhar tempo ao camisola amarela, ocupando agora o sexto lugar a 3.12 minutos num dia onde Nairo Quintana e Adam Yates caíram do top 10.
⏱️ Nairo Quintana crosses the line more than three minutes after Thibaut Pinot.
⏱️ Nairo Quintana franchit la ligne avec plus de trois minutes de retard sur Pinot.#TDF2019 pic.twitter.com/iguRcQiYYj— Tour de France™ (@LeTour) July 20, 2019