Onde ele estiver há pelo menos um defesa. E duas câmaras. E no mínimo quatro olhos. Na competição oficial é assim, na altura da pré-temporada também não muda. Onde quer que a Juventus compareça ou jogue, os focos continuam a concentrar-se em Cristiano Ronaldo e foi dessa forma que nasceu um esboço de caso entre o português e o novo treinador dos bianconeri, Maurizio Sarri, após a substituição no primeiro encontro desta fase da época em Singapura, quando o avançado cumprimentou o técnico e disse qualquer coisa com uma cara mais séria. Mas que mensagem tinha sido aquela para começar a ser tão falada?

Para Ronaldo não há jogos a brincar, para Kane nem tudo é a sério: Tottenham vence Juventus com golo do meio-campo

Nenhum dos protagonistas falou sobre isso e o próprio Ronaldo não pareceu propriamente muito chateado quando se sentou no banco, até pelo gesto que teve ao ver um adepto mais novo invadir o campo para ir ao seu encontro e dizer-lhe para ficar sentado ali perto dos restantes jogadores mais um bocado. No entanto, uma teoria ganhou mais força: o português não teria gostado de ser substituído com quase meia hora por jogar. Verdade ou não, no segundo jogo já foi tudo diferente.

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“Sim, vamos utilizar Cristiano Ronaldo, sobretudo no lado esquerdo do ataque, sabendo que ele adora ir para o centro. Ele é um jogador que deve fazer a diferença. E assim vai ser”, comentou Sarri antes de um encontro diferente. “Juventus contra o Inter não é um jogo como os outros mas as duas equipas não poderão apresentar-se ao melhor nível, devido à condição física dos jogadores e à humidade”, acrescentou. E Ronaldo, que jogou mesmo os 90 minutos, fez mesmo a diferença num encontro que até começou com o golo de um reforço e estreante como titular da Vecchia Signora a marcar mas na própria baliza.

Ronaldo até teve o primeiro remate do encontro para Handanovic controlar mas seria De Ligt a assumir protagonismo mas pelas piores razões, desviando de forma inadvertida para a própria baliza um canto do Inter marcado na esquerda com um primeiro toque antes de entrar na pequena área (10′). Mesmo não estando muito confortável com o jogo, a Juventus tentou reagir, houve mais um cabeceamento do português a falhar alvo e o intervalo chegaria mesmo com a vantagem para a formação comandada por Antonio Conte, antigo jogador e treinador dos bianconeri. E se na primeira parte, com Higuaín, Ronaldo começou sempre a partir da esquerda, com a entrada de Mandzukic as nuances ofensivas desenhadas já foram diferentes.

Depois de mais uma grande oportunidade em jogada individual saindo da esquerda para o meio até ao remate para defesa atenta de Padelli, Ronaldo chegou mesmo ao golo a meio do segundo tempo, beneficiando de um livre direto descaído sobre a esquerda (e de um desvio feliz na barreira) para empatar e marcar no segundo encontro de pré-temporada consecutivo, depois do golo que tinha apontado na derrota da Juventus frente ao Tottenham (3-2). Após a igualdade no final dos 90 minutos, a partida foi para grandes penalidades (com João Cancelo, Ronaldo e João Mário a transformarem as duas tentativas) e Buffon conseguiu defender três conversões do conjunto de Milão, assegurando o triunfo por 4-3 na International Champions Cup.