“Ainda não fizemos um bom jogo do início ao fim”, admitia Marcel Keizer antes do jogo com o Liverpool. “Foi o melhor jogo até agora mas ainda podemos fazer melhor porque foi bom só em alguns momentos”, referiu Marcel Keizer depois do encontro com os ingleses campeões europeus que terminou em empate (2-2). Contas feitas, o Sporting continua sem vencer na presente pré-temporada e teve mesmo a terceira partida consecutiva a marcar e sofrer dois golos. Ainda assim, se no final ninguém sabia o que fazer a uma taça e dois capitães, a mesma ficava bem à equipa portuguesa. Sobretudo por ter como capitão Bruno Fernandes.

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De forma inevitável, o internacional português voltou a ser um dos melhores do conjunto verde e branco. Também houve um Renan a grande nível, um Wendel mais expedito nas ações ofensivas ou um Raphinha particularmente atento a cumprir funções táticas sem perder a capacidade de explorar a velocidade nas transições. No entanto, e cada vez mais, o Sporting enquanto equipa acaba por ser um espelho dos estados de espírito do seu capitão. E foram muitos, da alegria no momento do (feliz) golo às reprimendas aos seus companheiros, dos protestos com os árbitros à boa disposição com que terminou a partida no Yankee Stadium.

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Logo a começar, o golo. Num momento de sorte, a beneficiar de um erro enorme de Mignolet na abordagem à bola, mas que nasce na capacidade de meia distância e na rapidez de processos que permitiu orientar a zona de tiro sem que os adversários que estavam mais próximos conseguissem ter o tempo suficiente para bloquearem essa hipótese (5′). Na primeira aproximação ao último terço inglês o Sporting colocou-se em vantagem mas a reação do Liverpool não tardou e, depois de uma grande defesa de Renan a cabeceamento de Van Dijk após canto, Origi aproveitou uma defesa incompleta a remate de Henderson para empatar a partida (20′).

Foi aqui que apareceram as reprimendas de Bruno Fernandes pela forma como a equipa estava a fazer mal as transições defensivas, foi aqui que o capitão aumentou os protestos com o árbitro. Ele abanou, a equipa abanou. E Wendel, que perderia a bola a meio-campo no lance do 2-1, teve um remate de fora da área ao poste antes de Ilori (também mal na fotografia nesse segundo golo) desviar de cabeça ao lado após canto (35′ e 36′). Havia mais Liverpool, havia na maioria do tempo um melhor Liverpool e passou a haver um Liverpool em vantagem, com Wijnaldum a conseguir entrar bem de trás e a bater Renan numa bola que desviou ainda em Neto (40′). Ainda assim, o empate não chegou ainda antes do intervalo quase por milagre, com duas grandes intervenções de Mignolet com Vietto no coração da área a cabecear primeiro sozinho e depois a tentar ainda a recarga (45′).

No segundo tempo, e mesmo com uma certa quebra do ritmo que o encontro teve na maior parte do tempo inicial, o Sporting entrou apostado em chegar rápido ao empate e, depois de um remate forte e pouco ao lado de Raphinha, Wendel aproveitou uma grande jogada com assistência de Bruno Fernandes na esquerda para surgir e rematar na passada para o 2-2 (54′). Van Dijk ainda acertou no poste após canto (57′), Mignolet tirou o golo a Raphinha com uma grande defesa para canto (70′) e a igualdade não mais mudaria, com Bruno Fernandes bem disposto a divertir-se com Jordan Henderson no momento de partilhar a taça. Uns minutos antes, houve uma conversa também ela entre sorrisos entre o médio internacional e Klopp. O técnico alemão até pode não ter falado sobre uma possível ida para o Liverpool ou mesmo para a Premier League mas foi uma exibição para inglês ver.