O dirigente do Facebook, Mark Zuckerberg, prometeu na quarta-feira que a Libra, a moeda digital que pretende lançar, vai ser “segura, estável e bem regulada”, procurando tranquilizar os reguladores do mundo inteiro.

Perante a desconfiança que o projeto tem suscitado, desde a sua apresentação há alguns meses a uma trintena de parceiros, Mark Zuckerberg insistiu na nova abordagem do Facebook, que diz pretender transparente.

“A nossa forma de abordar a Libra — como outros temas sociais importantes, à semelhança da codificação dos dados ou a regulação dos conteúdos, que compreendemos serem temas sensíveis — tem sido a de um diálogo aberto“, insistiu o fundador do Facebook, durante uma conferência telefónica com analistas financeiros.

“O Facebook de há alguns anos teria, sem dúvida, lançado o produto sozinho, mas agora a nossa abordagem, em todas as frentes, consiste em expor as nossas ideias e os valores que um serviço potencial deve ter e dedicar o tempo que for preciso para responder às questões dos reguladores, dos peritos e dos utilizadores e determinar qual a melhor maneira de avançar”, sublinhou, antes de acrescentar: “É esta a nossa intenção em relação à Libra”.

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Zuckerberg explicou que está à espera de numerosas questões sobre um domínio tão regulado como as moedas e as transações financeiras.

De facto, as reações têm sido de inquietação, mesmo claramente hostis.

Na última reunião dos ministros das Finanças e banqueiros centrais do grupo das sete economias mais industrializadas, o designado G7, em Chantilly, França, o tema foi discutido e os participantes alertaram para os riscos que projetos de cripto-moedas, como o da Libra, representam para o sistema financeiro internacional.

Muito crítico, desde o anúncio do projeto, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou, por ocasião desta reunião, em 18 de julho, que “todos os membros do G7 manifestaram fortes inquietações com este projeto Libra”.

Ao anunciar, em meados de junho, a criação desta moeda digital que representa um modo de pagamento alternativo aos circuitos bancários tradicionais, o Facebook quer alterar o sistema financeiro mundial, ao permitir às pessoas que estão privadas do acesso a serviços bancários a possibilidade de transferir dinheiro e aceder a alguns serviços e produtos na internet.