O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês condenou esta segunda-feira as ações dos manifestantes contra as emendas à lei da extradição, em Hong Kong, considerando que “excederam os limites aceitáveis”.

O porta-voz do Gabinete, Yang Guang, apelou a todos os setores da sociedade da região administrativa e Hong Kong para que “se oponham claramente à violência”, “defendam fortemente o Estado de Direito” e saiam do impasse político para se concentrarem no desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida no território.

“Nós entendemos e simpatizamos especialmente com a tremenda pressão sentida pela polícia e as suas famílias”, acrescentou Yang, destacando o apoio de Pequim às forças de segurança de Hong Kong.

O porta-voz alegou que “algumas pessoas e meios de comunicação, com segundas intençõesaproveitaram a falta de familiaridade do público com o sistema legal da China, para incitar à oposição contra a proposta de alteração da lei de extradição, apresentada pelo governo local.

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Se Hong Kong continuar no caos, terá um custo para a sociedade”, lembrou.

Questionado sobre a noção de desobediência civil, Yang afirmou que “violência é violência” e que “quebrar a lei é infringir a lei”.

A porta-voz Xu Luying disse que o Governo central “apoia plenamente” o trabalho feito pela chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e que continuará a apoiá-la e à sua administração, para que governe a região em conformidade com a lei.

“Vimos que a administração tem refletido sobre si mesmo”, acrescentou.

A contestação nas ruas, que dura há sete semanas, foi iniciada contra uma proposta de lei que permitiria ao overno e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

Polícia de Hong Kong lança gás lacrimogéneo sobre manifestantes

A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” na antiga colónia britânica que é atualmente uma região administrativa especial da China.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.