Um deputado de Macau defendeu nesta terça-feira que a empresa do metro ligeiro não deve ser suportada totalmente pelo erário público, considerando que o investimento das concessionárias do jogo pode evitar “o prejuízo certo”.

“Para que o funcionamento da empresa do metro ligeiro se aproxime verdadeiramente do funcionamento comercial, deve haver participação efetiva, isto é, investimento empresarial, ou pelo menos aquela não deve ser totalmente suportada pelo erário público”, afirmou Au Kum Sun, no período de intervenções antes da ordem do dia na Assembleia Legislativa do território.

O governo sempre justificou os capitais exclusivamente públicos com o “prejuízo certo” da empresa que vai explorar o metro ligeiro, cuja primeira linha, a da Taipa, vai entrar em funcionamento este ano, após uma década de atrasos e derrapagens.

No entanto, Au Kum Sun sugeriu um investimento por parte das concessionárias do jogo, já que os contratos “estão prestes a terminar” e é “de crer que as concessionárias valorizem ao máximo as oportunidades para assumir mais responsabilidades sociais”.

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Em março, o governo prolongou até 2022 o prazo dos contratos de concessão da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), fundada pelo magnata Stanley Ho, e de subconcessão da MGM, cujo termo estava previsto para 2020, igualando assim o prazo final dos contratos das restantes concessionárias (Wynn e Galaxy) e subconcessionárias (Melco e Venetian).

“Se o governo as convidar a investir no metro ligeiro, creio que as mesmas estarão dispostas a fazê-lo, porque de acordo com o atual traçado (…), quem mais beneficia do metro são mesmo as concessionárias”, sustentou.

O metro ligeiro de Macau, automático, sem condutor, com tração elétrica e sobre carris de betão, divide-se entre a ilha da Taipa e a península de Macau. Uma grande parte das estações, já construídas, da Taipa serve os casinos na faixa do Cotai, entre esta ilha e a de Coloane.

A sociedade do metro ligeiro é totalmente detida pelo governo, que fica com 96% das ações, e as restantes são distribuídas por dois fundos: o Fundo para o Desenvolvimento Industrial e Comercial, com 3%, e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia com 1%.

No início deste ano, o executivo indicou que as derrapagens e os atrasos na construção do metro de superfície são “problemas do passado”, apesar de alguns deputados terem manifestado receios de que o projeto “se torne no ‘elefante branco’ do século”.