De início, não havia nenhuma marca desportiva ou de luxo que estivesse virada para a produção e comercialização de um SUV, um tipo de veículo mais alto e pesado, o que não se coaduna com o que tradicionalmente se espera de um modelo requintado, sofisticado e emocionante. Mas, por vezes, estes princípios têm de se vergar aos interesses económicos e, até mesmo, viabilizar a sobrevivência dos fabricantes.

Terá sido esse o motivo que levou a Porsche a pegar na base dos Audi Q7 e Q5 para produzir os Cayenne e Macan, que agora são, de longe, os modelos mais vendidos da marca que antes era conhecida pelos seus desportivos. E foi para evitar este problema que a Bentley e a Lamborghini, que pertencem ao mesmo Grupo Volkswagen, conceberam os seus SUV por mera necessidade. A diferença é que optaram por limitá-los a apenas 50% das vendas. O mesmo deverá fazer em breve a Ferrari, quando o seu SUV, o Purosangue, começar a surgir nos stands da marca.

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Também membro do conglomerado germânico, a Bugatti poderia enveredar pelos SUV, propondo veículos mais habitáveis e mais baratos, caso conseguisse recorrer às mesmas plataformas. Porém, este construtor – que vende a versão mais simples do Chiron por 2,7 milhões de euros à porta da fábrica, ou seja, antes de impostos – nunca teria interesse em vender um SUV por meio milhão de euros e, muito menos, em equipá-lo com um “motorzinho” (a Porsche monta no Macan o mesmo motor do Golf GTi , apesar de cobrar mais de 80 mil euros).

É este o motivo que leva o CEO da Bugatti, Stephan Winkelmann, a garantir que “não vai haver SUV na Bugatti”. Contudo, Bentley e Rolls-Royce sempre afirmaram que não previam SUV na gama e, hoje, cada um oferece o seu. Um pouco à semelhança do que acontece com a Lamborghini e, em breve, com a Ferrari. Mas sempre sem exageros, em termos de produção, para não beliscar a imagem do construtor.

A decisão da Bugatti será válida apenas até surgir a necessidade do mercado, porque nem a marca francesa de Molsheim pode dizer ‘não’ aos SUV, se a maioria dos seus clientes disserem ‘sim’.

Até lá, o designer Sajdin Osmancevic avança com uma proposta e o Spartacus é uma tentação. Cheio de personalidade, com um misto de elegância e agressividade, este era um SUV que ficava bem ao lado do Chiron. E até do Divo.

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