Depois de lançar o e-tron 55 quattro, o seu primeiro veículo eléctrico da nova vaga, à venda por 81.900€ na Alemanha e por 85.700€ em Portugal (devido à diferença no IVA), a Audi lança o e-tron 50 quattro, com menos potência e menor autonomia, mas que vai ser proposto por menos 12.000€. Com o novo preço, o SUV eléctrico pode incrementar consideravelmente o seu volume de vendas, pois não só se torna mais acessível, como passa a usufruir de grandes vantagens fiscais para as empresas.

Os veículos eléctricos oferecem vários benefícios aos seus utilizadores, a começar pelos incentivos fiscais. Mas esses só estão disponíveis para modelos propostos até 62.500€ (mais IVA), ou seja, com um preço final inferior a 76.875€. Isso não é um problema para os modelos a bateria mais vendidos do mercado, como o Zoe, Leaf, i3 ou o Model 3, mas é um obstáculo difícil de ultrapassar para os eléctricos de luxo, do Jaguar I-Pace aos Tesla Model S e Model X, passando pelo Audi e-tron 55 quattro.

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Mais ágeis e criativas, as entidades responsáveis pela importação para o nosso país dos modelos da Jaguar e da Tesla rapidamente trataram de conceber versões especiais para o mercado português (entre outros), conhecidas como versões fiscais, por se colocarem abaixo da fasquia dos 62.500€, o que permite às empresas recuperarem o IVA e evitar o IUC e a contribuição autónoma (as vantagens para os particulares são menos evidentes). Mas a Audi continuava limitada por um preço de 85.700€ no seu e-tron 55 quattro, sem possibilidade de disputar esta franja do mercado onde, por exemplo a Jaguar, vende mais de 90% dos I-Pace que comercializa entre nós.

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Sorte para a Siva que os alemães lidavam com o mesmo problema no mercado interno, onde o limite para ter acesso às ajudas estatais é de 70.000€ (o que permite uma ajuda de 4.000€ por parte do Estado). Não foi necessário esperar muito até que surgisse o Audi e-tron 50 quattro, com bateria de 71 kWh de capacidade, em vez de 95 kWh, e dois motores a totalizar 313 cv (e 540 Nm de binário), no lugar dos 408 cv (durante 8 segundos, pois de resto oferece 360 cv) e 664 Nm.

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A nova versão 50 quattro anuncia “mais de 300 km em WLTP”, ou seja, cerca de menos 100 km do que o 55 quattro com 95 kWh. Feitas umas contas rápidas, caso a autonomia ronde 310 km, isto daria um consumo bruto (considerando a capacidade total da bateria e não a útil, que se desconhece) de 22,9 kWh/km, muito próximo do conseguido pela versão 55 quattro, que é de 22,8 kWh/km. A redução da capacidade da bateria permitiu economizar 120 kg (no 55 quattro pesa 700 kg), além de garantir um corte no preço próximo dos 10.000 euros.

Juntamente com a nova bateria, 25% mais pequena, e motores ligeiramente menos potentes, o e-tron 50 quattro limita a velocidade máxima a 190 km/h e anuncia 7 segundos de 0-100 km/h, contra 200 km/h e 5,7 segundos do 55 quattro. Também a rapidez na recarga das bateria é menor no e-tron mais acessível, limitado a uma potência de 120 kW, contra os 150 kW da versão mais possante e onerosa.

O novo Audi e-tron 50 quattro vai ser igualmente produzido na fábrica belga da marca, estando previsto começar a chegar aos clientes a partir do 4º trimestre do ano, ou seja, entre Outubro e Dezembro. Países como a Alemanha já agarraram a oportunidade de poder comercializar uma versão fiscalmente mais atraente do e-tron, mas em Portugal as negociações ainda decorrem com a casa-mãe. O que é curioso, pois a “receita” que permite ter uma versão abaixo dos 62.500€ (mais IVA) funciona na perfeição para o I-Pace e os Model S e Model X, que transaccionam a maioria das unidades que vendem em Portugal exactamente neste formato.