A embaixada de Portugal em Banguecoque indica que as explosões registadas nesta sexta-feira na cidade deixaram dois cidadãos tailandeses feridos sublinhando que as autoridades apelaram à calma.

“A situação encontra-se a ser investigada pelas autoridades policiais, que apelaram aos residentes e turistas para manterem a calma, evitando entrar em pânico, mas a manterem-se vigilantes”, refere o texto difundido pela embaixada de Portugal na Tailândia através da rede social Facebook.

A mesma mensagem, escrita em português e inglês, explica que se registaram nesta sexta-feira de manhã em Banguecoque “algumas pequenas explosões” de que terão resultado dois feridos de nacionalidade tailandesa.

AVISO2 de agosto de 2019Registaram-se esta manhã em Banguecoque algumas pequenas explosões de que terão resultado…

Posted by Embaixada de Portugal em Banguecoque on Thursday, August 1, 2019

“Segundo informação das autoridades tailandesas não há cidadãos estrangeiros envolvidos”, indica ainda o alerta da embaixada de Lisboa em Banguecoque.

Entretanto, o primeiro-ministro, Prayuth Chan-o-cha anunciou o início da investigação sobre as explosões que ocorrem na altura em que a Tailândia recebe o encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e os representantes da República Populares da China e de outros países da Região Ásia Pacífico.

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Uma das explosões ocorreu perto da estação Skytrain, Banguecoque. Pelo menos, outras duas explosões foram localizadas perto de um complexo governamental, nos arredores da capital.

Um porta-voz da polícia disse que um dos feridos das explosões está a receber tratamento hospitalar e o outro recebeu alta depois de ter sido assistido pelos médicos.

“Um grupo de pessoas com más intenções provocou a violência, numa altura em que o governo está a tentar fazer avançar o país”, refere um comunicado do gabinete do chefe de governo. O mesmo comunicado pede à população para evitar o pânico e cooperar com as autoridades no sentido das investigações em curso. “Temos de demonstrar os nossos esforços coletivos na luta contra aqueles que tentam atingir o nosso país”, acrescenta o documento.

O vice-primeiro-ministro, Prawit Wongsuwan disse aos jornalistas que duas pessoas alegadamente relacionadas com os factos foram detidas e que a polícia contabilizou explosões em cinco diferentes pontos da cidade.

Prawit disse que os “responsáveis” pretendem criar “uma situação”, mas não forneceu qualquer dado sobre os autores dos atentados.

Na quinta-feira, a polícia anunciou que tinham sido detetados dois engenhos explosivos falsos num quartel da zona central de Banguecoque, perto do local das reuniões da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático).

Mesmo assim, o encontro não foi interrompido e dois homens foram detidos, de acordo com declarações da polícia à imprensa tailandesa. Ainda não se sabe se os dois detidos são os mesmos que foram citados pelo vice-primeiro-ministro.

O governo que está no poder desde o mês passado é liderado pelo ex-general Prayuth Chan-ocha envolvido no golpe de Estado de 2014 e que acabou por vencer as eleições que decorreram este ano. Na altura, a oposição criticou o resultado das eleições porque a legislação favoreceu os partidos ligados a Prayuth.

O principal adversário de Prayuth é o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, afastado no golpe de Estado de 2006.

O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-O-Cha, ordenou uma “investigação imediata”, indicou a porta-voz do governo, Narumon Pinyosinwat, acrescentando que “as medidas de segurança foram reforçadas”.

Outras bombas de “baixa potência” explodiram no complexo governamental de Chaeng Wattana e na paragem de metro de Chong Nonsi, sem causar ferimentos, de acordo com as primeiras investigações.

Em comunicado, o governo tailandês pediu ao público que evite cenas de pânico e à imprensa para não tirar conclusões precipitadas.