São muitos os que se batem pela proteção dos utilizadores das bicicletas e trotinetas elétricas face aos automobilistas, pela simples razão que são estes os que mais danos sofrem em caso de acidente. Seria de esperar que o mesmo raciocínio fosse aplicado aos peões, quando estes interagem com veículos de duas rodas, sejam estes a pedais ou elétricos, com ou sem banco. Mas um juiz chegou a outra conclusão.

Berta era uma mulher de 90 anos, que regressava calmamente a sua casa, em Barcelona, depois de um passeio matinal. Alexi, um jovem de 19 anos, deslocava-se numa trotineta elétrica e, segundo apurou a investigação policial, com um passageiro e a consultar o telemóvel. Alexi atropelou Berta, embatendo-lhe por trás. A idosa bateu violentamente com a cabeça no solo, do que resultaram hemorragias graves e, horas depois, a morte, a 13 de Agosto de 2018.

O atropelamento mortal teve lugar num passeio sem ciclovia na rua de Esplugues, de Lobregat, mas a preocupação dos espanhóis que habitam as principais cidades, como Madrid ou Barcelona, era saber o que poderia fazer a justiça para impor alguma contenção entre os utilizadores de trotinetas elétricas nos passeios. Sobretudo agora, que se prepara uma legislação sobre a matéria. Daí que foi com alguma surpresa que o juiz tenha deliberado esta semana que o jovem cometeu uma infração ligeira, sem possibilidade de prisão, condenando-o apenas a uma multa cujo valor está ainda por definir, mas que será necessariamente reduzido por se tratar de uma “infração ligeira”.

À semelhança de outros países, também Espanha se prepara para banir as trotinetas dos passeios, obrigando-as a deslocarem-se pelas ruas e avenidas das cidades.

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