Até 2020, Portugal vai ter cerca de duas dezenas de novos hospitais privados. A notícia é avançada pelo Diário de Notícias que escreve que, no último ano, abriram portas seis novas unidades hospitalares e, até ao final de 2020, deverão estar a funcionar mais nove, entre os que já abriram portas e os que ainda vão abrir, havendo ainda três projetos de hospitais particulares sem data de abertura prevista. Somam-se dois projetos de expansão (CUF Descobertas e Hospital da Luz) e um novo Hospital da Luz em Santarém, ainda não confirmado oficialmente. Para os administradores hospitalares, estes números são sinal da confiança que se vive no setor privado, em parte por causa da descrença no serviço público.
Em causa, está um investimento total superior a 750 milhões de euros. A maioria das novas unidades serão hospitais generalistas, diz o presidente da Associação da Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar. “Mas também estamos a falar de hospitais bastante diferenciados. Alguns com cirurgias de ponta, até em departamentos como a oncologia”, explica ao DN.
Exemplo disso é o hospital previsto para o Porto, do grupo Trofa Saúde, um investimento de 70 milhões de euros, que irá utilizar tecnologia de ponta em termos de organização hospitalar. Prevê-se que esteja pronto no segundo semestre de 2020.
Por seu lado, o grupo José Mello Saúde abriu dois novos hospitais em Coimbra (2018) e em Sintra (já este ano) e vai investir cem milhões de euros no CUF Tejo, em Alcântara, Lisboa, que deverá estar pronto em 2020. O ano passado, o grupo investiu 50 milhões de euros na ampliação do hospital CUF Descobertas, Lisboa, com a instalação de um centro dedicado às doenças oncológicas.
A aposta do grupo Luz Saúde é, para já, aumentar a oferta em Lisboa, aumentando as instalações, depois de em 2018 ter aberto um hospital em Vila Real. Ainda sem confirmação oficial, está a hipótese de criar um novo hospital em Santarém.
Por sua vez, o grupo Lusíadas tem uma obra planeada para Braga, que deverá estar finalizada até ao final deste ano.
“Quem conhecia a realidade dos hospitais privados há uns anos percebe que estamos a falar de coisas completamente diferentes. Já não é um grupo de médicos que se juntou para construir uma clínica”, diz Óscar Gaspar, citado pelo Diário de Notícias. “Há um maior recrutamento e há uma maior retenção de quadros altamente diferenciados. Neste momento tem sido possível aos privados criar motivação para receber médicos, enfermeiros e assistentes. Isto também é uma grande diferença de há dez anos, porque um hospital não existe só por ter as paredes montadas.”