Pelo menos quatro pessoas morreram e mil ficaram desalojadas na sequência do sismo de magnitude 6,9 na escala de Richter que atingiu na sexta-feira as ilhas de Java e Sumatra, na Indonésia, anunciaram este sábado as autoridades.
De acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres, uma das quatro vítimas mortais era uma mulher da Ilha de Java, que “entrou em pânico e sofreu um ataque cardíaco”. Outra mulher, de 95 anos, “morreu de fatiga durante a evacuação”, detalhou a Agência Nacional em comunicado, acrescentando a existência de quatro feridos.
O terremoto causou danos estruturais em mais de 200 edifícios e o município de Pandeglang, o mais próximo do epicentro, foi o mais afetado, com 81 casas e uma mesquita danificadas.
O sismo provocou situações de pânico na capital, Jacarta, a cerca de 250 quilómetros a noroeste do epicentro, e danos em edifícios da cidade de Bandung, a mais de 300 quilómetros, e no anel oeste de Java. Mais de 1.000 pessoas refugiaram-se em abrigos temporários.
O serviço sismológico indonésio BMKG tinha alertado na sexta-feira para a ocorrência de um possível tsunami, com ondas até os três metros de altura, em várias áreas das ilhas de Java, Sumatra e Panaitan, tendo pedido às populações locais para se deslocarem para zonas mais altas.
Cerca de duas horas depois, as previsões não se verificaram e as autoridades indonésias informaram que o alerta de tsunami tinha sido levantado.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que regista atividades sísmicas em todo o mundo, localizou o epicentro do terramoto a cerca de 90 quilómetros a sudoeste da província de Banten, em Java, e a 42 quilómetros de profundidade.
A Indonésia fica localizada no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de grande atividade sísmica e vulcânica com 127 vulcões ativos, onde são registados anualmente cerca de 7.000 sismos, a maioria com uma magnitude moderada.
Em setembro de 2018, um sismo de magnitude 7,5 atingiu a ilha de Celebes, provocando um tsunami que causou mais de 2.000 mortos e 200.000 deslocados nas cidades de Palu e Donggala.
A Indonésia costuma ser fustigada por terramotos de elevadas magnitudes por estar em cima do chamado Anel de Fogo, uma zona do planeta de grande interação entre placas tectónicas — as peças que compõem a superfície da Terra. Umas chocam entre si, outras roçam umas nas outras e ainda há as que se afastam. Quando esses movimentos acontecem, as rochas da superfície terrestre acumulam energia até atingirem o limite elástico dos materiais. Se o ultrapassam, a energia é libertada. E acontece o sismo.
Os tsunamis acontecem na sequência dos sismos. Quando uma placa tectónica se movimenta inesperadamente, a água por cima dela é deslocada e pode transformar-se em autênticas paredes de água que viajam pelo mar fora. Como a atividade tectónica, e por consequência a atividade sísmica, é maior no Oceano Pacífico, estima-se que 80% de todos os tsunamis registados no planeta aconteçam no Anel Fogo, a região onde a Indonésia fica.
Christabelle Adeline, que está em Jacarta, contou o que sentiu ao Channel News Asia: “Eu estava no 18º andar quando o prédio abanou. Foi bastante grande e durou cerca de um minuto. Felizmente o escritório estava em grande parte silencioso porque toda a gente tinha ido para casa. Mas para nós, que trabalhamos até tarde, foi horrível. Nos escondemo-nos debaixo das mesas e quando o terramoto parou, o prédio soou o alarme e disseram-nos para sair”.
O sismo começou no estreito que separa as ilhas indonésias de Java e Sumatra, as mais populosas do arquipélago. O serviço sismológico indonésio espera ondas de até três metros de altura em várias áreas das ilhas de Java, Sumatra e Panaitan, pelo que foi pedido às populações dessas zonas que se desloquem para áreas mais seguras.
Em setembro de 2018, um terremoto de magnitude 7,5 sacudiu a ilha de Celebes e causou um tsunami que causou mais de 2.000 mortes e 200.000 deslocados nas cidades de Palu e Donggala.
Nota – Artigo editado às 13h42 do dia 03/08/2019, com novas informações relativas ao número de vítimas e aos danos materiais causados pelo sismo