O ciclista colombiano Juan Felipe Osorio (Oliveirense-InOutBuild) disse à Lusa que a vitória de Egan Bernal (INEOS) na Volta a França é “um orgulho” e espera que possa abrir portas a outros compatriotas na Europa.

“É um orgulho, sabes? Este homem, tão jovem e com tanto talento, representa história para a Colômbia e para todos nós”, diz à Lusa o colombiano de 24 anos, um reforço de última hora para a equipa portuguesa, que o contratou no final de junho para acrescentar experiência para a Volta a Portugal.

Antes, Osorio foi um dos 16 ciclistas a perder a equipa com o fecho da Manzana Postobon, a única equipa profissional colombiana de ciclismo, que acabou após dois casos de doping em pouco tempo.

Este ano, a União Ciclista Internacional suspendeu Juan José Amador, uma decisão que seguiu um primeiro controlo positivo, de Wilmar Paredes, e o Pedaleamos por Colombia, proprietário da equipa, anunciou a decisão de “não continuar com a equipa”, após, afirmaram, terem falhado o compromisso de tolerância zero com a dopagem.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agora, Osorio vê a questão do doping na Colômbia como “uma realidade que existe e existirá”, ainda que aquele país, afirma, esteja “a trabalhar muito para limpar a sua imagem” nesse aspeto.

“Tem-se trabalhado muito este tema do doping. (…) Temos de esperar que o caminho aberto por Bernal possa servir para os corredores da Manzana na Europa”, refere.

Na opinião do corredor da equipa oliveirense, o sucesso de Bernal na “grande Volta que faltava” aos colombianos pode ajudar os corredores colombianos a encontrar um espaço na Europa.

“Tenho orgulho em ser colombiano por causa dele. Esta vitória abre um caminho e muda um paradigma”, aponta o corredor.

Osorio é mais um dos produtos da ‘escola’ da Manzana Postobon, que desde 2006 formou vários talentos e foi uma das responsáveis pelo despontar do ciclismo colombiano.

À cabeça está o nome de Nairo Quintana, que já venceu as Voltas a Itália e Espanha e correu pela equipa no início da década, além de outros nomes como Esteban Chaves ou Sergio Henao.

Outros nomes incluem Jarlinson Pantano e Juan Sebastián Molano, dois nomes que também foram entretanto investigados ou suspensos por doping, enquanto Jhonatan Restrepo fez o caminho inverso, ao deixar a Katusha-Alpecin, e está agora sem trabalho.

Por seu lado, Osorio encontrou na Oliveirense-InOutBuild uma oportunidade para continuar a correr, depois de ter começado a temporada de 2019 a sagrar-se vice-campeão da Colômbia de fundo, vencendo depois a classificação da montanha do Circuito de La Sarthe e fechando o ‘top 10’ da Clássica de Amorebieta.

Correu a ‘Vuelta’ de 2017, ano em que deu nas vistas pela primeira vez em Portugal, ao vencer a classificação dos trepadores da Volta ao Algarve, tendo-se estreado na Volta a Portugal já em 2014, então com 19 anos, ao serviço da 4-72 Colombia, fechando em 30.º da geral e no quarto lugar entre os jovens.