O incêndio que deflagrou em Tomar, no sábado, e se estendeu aos concelhos de Abrantes e Constância, no distrito de Santarém, encontra-se “totalmente dominado”, desde cerca das 09h40 deste domingo, mantendo-se no terreno quatro centenas de bombeiros.
Fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) disse à Lusa que o incêndio foi dado como dominado, pelas 09h37, ressalvando que o fogo “ainda tem alguma extensão”, pelo que “hoje a grande missão é evitar reacendimentos”.
Pelas 11h30, o fogo, que afeta os concelhos de Tomar, Abrantes e Constância, no distrito de Santarém, mobilizava “404 operacionais, 150 veículos e dois meios aéreos”, avançou fonte da ANEPC.
De acordo com o site da ANEPC, pelas 11h45 de hoje, não se registavam incêndios florestais em curso, destacando-se o fogo que deflagrou em Tomar, assim como o incêndio no Sabugal, no distrito da Guarda, que está em conclusão, mas mobiliza 137 bombeiros, 41 veículos e um meio aéreo.
A lavrar numa zona de “povoamento florestal”, o incêndio deflagrou no sábado, pelas 16h10, na localidade de Contraste, na freguesia de São Pedro de Tomar, no concelho de Tomar, mas passou o rio Zêzere e entrou nos concelhos de Abrantes e Constância, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.
No sábado, as chamas provocaram queimaduras num bombeiro, considerado ferido ligeiro, que foi assistido no Hospital de Abrantes. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém esclareceu que o veículo onde o operacional seguia “não ardeu”, como chegou a ser avançado. Depois de montado um posto e comando em Tomar, foi montado um segundo em Martinchel, no concelho de Abrantes.
Segundo a Proteção Civil, ao final da tarde de sábado, cerca das 17h40, um dos aviões que participava no combate ao fogo teve que amarar na barragem de Castelo de Bode, após abortar a descolagem na sequência de uma operação de scooping (recolha de água). O incidente apenas provocou danos materiais, tendo a tripulação saído ilesa.
O incêndio foi combatido por cinco meios aéreos, apoiados por 530 operacionais e 156 meios terrestres, incluindo quatro máquinas de rasto enviadas pelas Forças Armadas. O Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) adiantou, numa nota publicada na sua página oficial, que foram enviados meios para apoiar a Proteção Civil no combate ao incêndio.
“Na sequência do incêndio que lavra com intensidade em Tomar, as Forças Armadas empenharam quatro máquinas de rasto, três do Exército e uma da Força Aérea, para apoiarem na abertura de caminhos que facilitem o acesso dos operacionais que combatem o fogo. Este apoio surge no seguimento de um pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e irá centrar-se na localidade de Tomar. Com uma tripulação de cinco militares em cada máquina, vão ser empenhados ao todo 20 militares (15 do Exército e cinco da Força Aérea)”, refere o EMGFA.
Segundo a Proteção Civil, ao final da tarde de sábado, por volta das 17h40, um dos aviões que participava no combate ao fogo teve que amarar na barragem de Castelo de Bode, após abortar a descolagem na sequência de uma operação de scooping (recolha de água). o combate começou com pouco mais de uma centena de bombeiros e à medida que o fogo foi crescendo, os bombeiros foram sendo reforçados.
Com o cair da noite os meios aéreos, que chegaram a ser mais de dez, foram desmobilizados. O Observador apurou que, pelo menos, uma casa no concelho de Abrantes foi consumida pelas chamas e que as autoridades ponderavam encerrar a A23, não só pelo fumo intenso que dificulta a visibilidade, mas também pelo aproximar da frente do fogo.
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamotos, informou o Observador que uma casa, que está desabitada há apenas dois dias porque a sua ocupante foi para um lar, foi consumida pelo fogo. Ao lado havia mais habitações em perigo.
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O incêndio esteve a lavrar junto a algumas aldeias dos concelhos de Abrantes e Constância, nomeadamente Martinchel e Montalvo, depois de ter passado o rio Zêzere, junto à Barragem de Castelo de Bode, disse à agência Lusa fonte do CDOS de Santarém, salientando que o incêndio não estava a colocar as populações em risco, não tendo sido necessário proceder a qualquer evacuação.
Também durante a tarde um avião Canadair foi forçado a amarar na barragem de Castelo de Bode, na sequência de uma falha no motor. “Um avião anfíbio pesado (Canadair CL215), de indicativo operacional Alfa 2, do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, amarou esta tarde na Barragem de Castelo de Bode, após abortar a descolagem na sequência de uma operação de scooping”, esclareceu a Proteção Civil em comunicado.
Mais de três hora após ter deflagrado, o incêndio na localidade de Contraste era o que mais meios mobilizava no país. Contactada pela Rádio Observador, a presidente da Câmara Municipal de Tomar, Anabela Freitas, diz que em Tomar o fogo já estava mais controlado, e que “a situação estava um bocadinho mais complicada em Abrantes”. “Havendo a acalmia do vento prevista para as 20h00 e com a humidade, o que ouvi é que ao posicionar os meios na cabeça do incêndio ele fique controlado esta noite”. Já pelas 23h30 o fogo no concelho de Tomar estava já na fase de rescaldo.
Ainda assim, já depois desta previsão, os meios operacionais aumentaram. Principalmente quando deixaram de operar as aeronaves que chegaram a estar no terreno.
A autarca anunciou que já estão autoridades na freguesia de São Pedro, para apurar as causas do fogo. A investigação deste tipo de crime é da competência da Polícia Judiciária.
Durante a tarde a Proteção Civil registou também um fogo em Sintra que foi combatido e dominado por mais de uma centena de bombeiros. Já à noite, mais de uma centena de bombeiros combatiam um fogo em Castelo Branco.
O avião que amarou em Castelo de Bode
A amaragem na barragem de Castelo de Bode de um avião que participava no combate ao incêndio que lavrava no concelho de Tomar provocou danos materiais, tendo a tripulação saído ilesa, indicou a Proteção Civil.
“O alerta foi dado às 17:43. A tripulação saiu ilesa, havendo a registar apenas pequenos danos materiais”, é referido num comunicado hoje divulgado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Ainda segundo a Proteção Civil, “o avião anfíbio pesado (Canadair CL215), de indicativo operacional Alfa 2, do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais” amarou na Barragem de Castelo de Bode, após abortar a descolagem na sequência de uma operação de ‘scooping’ (recolha de água).
No último mês já se registaram outros dois incidentes com aeronaves durante operações de recolha de água: a 3 de julho na barragem de Castelo de Bode, distrito de Castelo Branco, e a 25 de julho na barragem do Beliche, no Algarve.
Nos três incidentes apenas se registaram danos materiais.