Jon Huntsman, o embaixador norte-americano na Rússia, vai demitir-se e voltar para o estado do Utah, possivelmente para voltar a concorrer ao cargo de governador. A notícia foi avançada pelo Salt Lake Tribune e noticiada pela CNBC. Na carta enviada esta manhã por Jon Huntsman à Casa Branca, o diplomata indica que cessa funções a partir de 3 de outubro. E deixou um conselho ao governo norte-americano: “Devemos continuar a responsabilizar a Rússia quando nos ameaça a nós e aos nossos aliados”.

O recado de Jon Huntsman chega numa altura em que o presidente norte-americano Donald Trump está a ser criticado por elogiar Vladimir Putin. Trump justifica as aproximações a Putin com a necessidade de manter uma boa relação com os russos, o que pode ser uma vantagem geopolítica. Mas, para alguns analistas, isso adensa ainda mais as suspeitas — negadas em instâncias superiores — de que a Rússia interferiu com os resultados das eleições norte-americanas em 2016, quando Trump foi eleito.

Na carta de demissão, Jon Huntsman diz que os Estados Unidos “através da diplomacia, trabalharam para estabilizar anos de azedume e incerteza, com a esperança de uma melhor relação”. Até ao momento, e segundo a CNBC, nem a Casa Branca nem o Departamento de Estado norte-americano comentaram publicamente a demissão de Jon Huntsman. Donald Trump também não publicou qualquer comentário sobre o caso nas redes sociais.

Jon Huntsman foi governador do Utah de 2005 a 2009, ano em que entrou na administração Obama para se tornar embaixador dos Estados Unidos na China. Mais tarde, em 2012, ponderou candidatar-se à presidência do país mas a ideia foi mal recebida. Já sob a administração de Donald Trump, foi para a Rússia representar os Estados Unidos. Se de facto se candidatar a governador do Utah outra vez, enfrentará Spencer Cox nas primárias republicanas.

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