Os Estados Unidos congelaram todos os ativos do Governo venezuelano, uma decisão anunciada pela Casa Branca esta segunda-feira que traduz uma escalada das tensões com o líder socialista Nicolás Maduro.

A proibição aos norte-americanos de efetuarem quaisquer negócios com o Governo da Venezuela também entra em vigor imediatamente.

A ordem executiva assinada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, citou a “usurpação” do poder de Maduro e abusos dos direitos humanos por parte daqueles que lhe são leais.

A decisão fica aquém de um embargo comercial imediato, mas ilustra a intensificação dos esforços dos EUA para remover Maduro do cargo desde que o Governo Trump reconheceu em janeiro o líder da oposição Juan Guaidó como o Presidente legítimo da Venezuela.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sanções anteriores tiveram como alvo a indústria petrolífera da Venezuela, a fonte da maior parte das receitas de exportação do país.

Situação na Venezuela vai ser debatida esta terça-feira em Lima

Por outro lado, o governo peruano convidou dezenas de países a fazerem-se representar esta terça-feira numa conferência internacional para debater a situação na Venezuela, num evento em que Portugal estará representado pelo embaixador em Lima.

Segundo o chefe da diplomacia peruana, Nestor Popolizio, o encontro visa falar sobre “a melhor maneira de recuperar a democracia na Venezuela” e examinar o impacto gerado pela migração massiva de venezuelanos para os países vizinhos.

Popolizio declarou que os convites para essa reunião -, a qual o Peru aceitou sediar durante uma reunião do Grupo de Lima (países americanos que formaram um grupo para debater e acompanhar a atual crise económica, política e social na Venezuela), realizada em abril no Chile – foram feitos ao nível dos ministros dos Negócios Estrangeiros, incluindo o Vaticano.

Em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros português Augusto Santos Silva confirmou a presença de Portugal e admitiu contactos com outros países sobre o assunto.

A conferência de Lima vai reunir chefes da diplomacia e representantes de uma centena de países, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros peruano num comunicado.

Vários países da América Latina reunidos no denominado Grupo de Lima defendem, como os Estados Unidos, pressões diplomáticas e económicas para forçar o Presidente Nicolás Maduro a convocar eleições e permitir uma saída negociada da crise.

A 30 de abril, um grupo de militares declarou desobediência ao regime de Nicolás Maduro e decidiu apoiar o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, autoproclamado Presidente interino do país e já reconhecido por meia centena de países, incluindo Portugal.

Os militares apelaram, sem sucesso, à população para saírem em apoio à oposição.