O pelotão da 81.ª Volta a Portugal em bicicleta descansa nesta terça-feira após uma primeira metade de prova que deixou na liderança o espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), antes da Senhora da Graça e o contrarrelógio final.

Chamado à última hora para substituir o compatriota Raúl Alarcon, vencedor das últimas duas edições, Veloso, de 39 anos, assumiu a responsabilidade e lidera a geral desde a segunda etapa, mostrando que pode acrescentar um terceiro triunfo aos de 2014 e 2015.

O “veterano” galego mostrou-se logo no prólogo, em que foi terceiro, a centésimas do colega de equipa Samuel Caldeira, vencedor e primeiro camisola amarela, um lugar que manteve na primeira etapa.

A ligação entre Miranda do Corvo e Leiria foi disputada ao “sprint” e ganha pelo italiano Davide Apollonio, a correr a primeira prova após quatro anos de suspensão por doping, naquela que foi a primeira de duas vitórias da Amore & Vita-Prodir.

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Antes, Veloso foi terceiro na chegada a Santo António dos Cavaleiros, ganha pelo espanhol Mikel Aristi (Euskadi-Murias), e depois defendeu-se atacando, na subida à Torre da quarta etapa, cruzando a meta na Serra da Estrela no segundo lugar.

Outro “dragão”, João Rodrigues, conseguiu aí a terceira vitória na prova para a equipa, que vence a prova consecutivamente desde 2013, e colocou-se no segundo lugar da geral, a poucos segundos do camisola amarela.

Na quinta etapa, e sexto dia de prova, a chegada à Guarda deu a primeira vitória a uma fuga, e ao italiano Marco Tizza (Amore & Vita-Prodir), com Jóni Brandão (Efapel) a ganhar dois segundos à concorrência após ‘abanar’ o pelotão na subida final.

O português, um dos favoritos à vitória depois do segundo lugar de 2018, carrega uma penalização de 10 segundos, motivada por impulso no carro de apoio na segunda etapa, em que foi vítima de uma avaria, e está agora a 25 segundos da liderança, no quarto posto.

Rodrigues segue a 15 do “capitão” dos “azuis e brancos”, enquanto Henrique Casimiro (Efapel) está a 45 segundos, sendo o quinto e último a menos de um minuto do camisola amarela.

Pelo caminho ficaram já alguns nomes apontados como possíveis candidatos, como o espanhol Alejandro Marque (Sporting-Tavira), que foi segundo na quinta etapa, o “veterano” colombiano Óscar Sevilla (Medellín) ou o português Tiago Machado, outro nome dos “leões”, que têm em Frederico Figueiredo (12.º) a melhor esperança à geral.

A segunda metade trará novas dificuldades, com mais três chegadas em alto, a primeira das quais na quinta-feira, na Serra do Larouco (1.ª categoria), ponto final da sétima tirada, que tem início em Bragança, após uma etapa poderá favorecer os ‘sprinters’ ou uma fuga, entre Torre de Moncorvo e a aquela cidade transmontana.

Na sexta-feira, é subita a Santa Quitéria a testar, em Felgueiras, as pernas dos candidatos e dos trepadores, num dia que também conta com a Serra da Agrela, antes da emblemática Senhora da Graça.

A nona e penúltima etapa arranca de Fafe e atravessa, depois, o Alto da Barra e o Barreiro, contagens de primeira categoria, e outras duas subidas categorizadas antes da subida à Senhora da Graça, em Mondim de Basto, onde se pode decidir a Volta.

No domingo, um contrarrelógio individual entre Vila Nova de Gaia e o Porto, de regresso ao traçado de chegadas após 30 anos, estabelecerá as diferenças finais da 81.ª edição, num exercício em que Gustavo Veloso tem, na teoria, uma vantagem sobre os outros candidatos.